SP diz que medidas contra a pandemia preservaram 318 mil empregos no estado
Um estudo realizado pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), da USP (Universidade de São Paulo), afirma que o Plano São Paulo — lista de medidas adotadas pelo governo paulista na retomada social e econômica gradual do estado diante da pandemia do novo coronavírus — conseguiu preservar 318 mil empregos.
Os dados foram apresentados hoje por Ana Carla Abrão, integrante do Conselho Econômico do Estado de São Paulo, e pelo vice-governador Rodrigo Garcia (DEM-SP). Do total, 95% dos empregos (cerca de 303 mil) são do setor de serviços.
De acordo com os dados apresentados por Ana Carla, as medidas beneficiou principalmente trabalhadores formais e profissionais com menor renda e menos escolaridade. Além disso, segundo o estudo, as regiões com maior aderência às medidas restritivas adotadas tiveram as atividades econômicas recuperadas mais rapidamente e de forma mais sustentável.
"Um dos grandes objetivos, quando o governador João Doria (PSDB) anunciou o Plano São Paulo aqui, há cerca de 50 dias, era que nós pudéssemos ter uma convivência inteligente com a pandemia do coronavírus, e essa convivência inteligente ia nos permitir a preservação de empregos, a volta gradativa das atividades econômicas em São Paulo", disse Garcia.
A economista explicou que, para chegar ao número, foi traçada a atividade econômica na fase vermelha, que era o que vigorava antes da implantação do Plano São Paulo e só permitia funcionamento de setores essenciais. O estudo traçou um número de empregos criados com a retomada gradual de alguns setores, com base no impacto em regiões que avançavam à fase laranja (segunda fase) e, depois, à fase amarela (terceira fase).
"Esse estudo da Fipe demonstra em números que esse objetivo foi alcançado. O estudo comprova a relação direta entre as mudanças do Plano São Paulo com o aumento da atividade econômica e, como consequência, a preservação de vagas de trabalho em todo o estado de São Paulo", reforçou.
"Ele (o estudo) pega a região da Grande São Paulo, avalia quanto tempo ficou em vermelho, depois migrou para laranja, depois para amarelo. Cada variação dessa, ele consegue comparar com o estado sempre em vermelho. Aí ele consegue ver quantos empregos teriam sido perdidos se a gente mantivesse aquele nível de atividade econômica referente à fase vermelha, vis-à-vis o que é o índice de atividade econômica com laranja e com amarelo. Esse índice de atividade econômica, que é medido em vários indicadores, permite que a gente traduza o índice de atividade econômica com o número de empregos", acrescentou.
Ainda de acordo com Ana Carla, os empregos foram preservados ao mesmo tempo em que as medidas de controle à pandemia eram adotadas, beneficiando principalmente as camadas mais carentes da população. "Não só o Plano São Paulo permitiu um retorno gradual das atividades, mas fez em benefício daqueles que mais precisam, que são os trabalhadores de mais baixa renda", analisou.
O estudo ainda destacou números do próprio controle da pandemia. O número de leitos por 100 mil habitantes saltou de 11 (no começo do Plano São Paulo) para 22, enquanto o índice de ocupação de leitos de UTI caiu de 74% para 60% no estado.
Ana Carla Abrão informou que foi registrado uma alta na atividade econômica de 1,11 ponto porcentual nas regiões que progrediram das fases uma a dois do Plano São Paulo, e de 2,32 pontos porcentuais entre a fase dois e três.
Segundo o secretário estadual da Fazenda de São Paulo, Henrique Meirelles, o estudo mostra que a adesão às medidas de isolamento e de quarentena heterogênea tem resultado na atividade econômica pois afetam a confiança.
"Não adianta uma política visando preservar emprego e atividade econômica às custas da saúde porque isso não funciona, aliás, o efeito é contrário. Isso gera queda no nível de confiança e maior incerteza", disse Meirelles durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.
* Com informações da Agência Estado
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