Bolsa e dólar fecham em alta; moeda vai a R$ 5,554, maior valor em 3 meses
O dólar comercial teve alta de 0,42% e fechou o dia de hoje (20) cotado a R$ 5,554 na venda, maior valor em quase três meses, desde 22 de maio (R$ 5,574).
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, fechou em alta de 0,61%, a 101.467,87 pontos.
Ontem (19) a moeda norte-americana tinha subido 1,13%, negociada por R$ 5,531, enquanto o Ibovespa teve queda de 1,19%.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Governo tenta evitar reajuste a servidores
O Senado derrubou na véspera o veto presidencial a um projeto que permite reajuste de algumas categorias de servidores no ano que vem, medida que foi chamada de "péssimo sinal" pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
Se a Câmara também votar pela derrubada, categorias como militares, policiais e professores poderão ter aumento em 2021.
Hoje, o governo e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), uniram esforços para tentar impedir que deputados confirmem a derrubada do veto, o que avaliam como um risco para as contas públicas.
A proibição da concessão de aumentos havia sido estabelecida pelo governo como contrapartida ao auxílio federal de R$ 60 bilhões repassado a estados e municípios para o enfrentamento da crise do coronavírus.
"O clima está bem pesado", disse à agência de notícias Reuters Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos. "Essa derrota ontem no Senado foi inacreditável. O principal risco do Brasil é o fiscal. Em meio a conversas sobre extensão do auxílio emergencial, isso vai continuar prejudicando as contas públicas."
"Se realmente a Câmara confirmar a derrubada desse veto, não acharia estranho ver o dólar voltar a buscar os R$ 5,80", completou, acrescentando que a confiança do mercado em Paulo Guedes é um fator que tem amparado a moeda brasileira.
Incertezas políticas
A disparada do dólar acontece em meio a um cenário de incertezas políticas, depois que boatos sobre uma possível demissão do ministro da Economia abalaram os mercados.
Ainda que tanto Guedes quanto o presidente Jair Bolsonaro tenham desmentido os rumores, afirmando que seguirão juntos na administração e que o teto de gastos será respeitado, a cautela permanecia, principalmente no contexto da grave crise sanitária e econômica causada pela pandemia de covid-19.
"Grosseiramente, poderíamos afirmar que 'está caindo a ficha', e, então, se constata que grande parte das projeções e perspectivas precipitadamente assumidas para construção de ambiente otimista não têm sustentabilidade, e que o país pode estar simplesmente insinuando o 'voo da galinha'", disse em nota Sidnei Moura Nehme, diretor-executivo da NGO Corretora.
"O dólar é o fator que demonstra mais imediatamente os reflexos de preocupação com o agravamento da questão fiscal", completou.
Intervenções do Banco Central
O Banco Central agiu nesta quinta-feira para conter a alta do dólar. Por volta das 12h, o BC concluiu a venda de 12 mil contratos de swap cambial.
Depois das 15h, o BC leiloou à vista mais US$ 550 milhões, o que reduziu a alta da moeda norte-americana.
*Com Reuters
Este conteúdo foi gerado pelo sistema de produção automatizada de notícias do UOL e revisado pela redação antes de ser publicado.
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