Bolsa e dólar sobem; moeda fecha a R$ 5,654, maior valor em mais de 4 meses
O dólar comercial fechou hoje em alta de 0,68%, vendido a R$ 5,654, o maior valor em mais de quatro meses, desde 20 de maio (R$ 5,689). Ontem (30), o dólar caiu 0,44%, a R$ 5,616 na venda, mas a moeda fechou setembro com alta de 2,46%, no segundo avanço mensal seguido.
O índice Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores brasileira, emendou a segunda alta, de 0,93%, e fechou a 95.478,52 pontos. Na véspera, a Bolsa fechou em alta de 1,09% no dia, terminando setembro com queda pelo segundo mês seguido, de 4,8% —a maior desde março.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Preocupação com gastos públicos
A notícia de que o governo dos Estados Unidos entregou uma nova proposta de estímulo para os democratas da Câmara dos Deputados no valor de mais de US$ 1,5 trilhão animou os investidores internacionais, elevando a busca por moedas mais arriscadas.
Mas apesar do otimismo global, fatores locais continuaram no radar de investidores.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu ontem o financiamento do novo programa de transferência de renda do governo Jair Bolsonaro (sem partido) com a junção de recursos de iniciativas que já existem, descartando a limitação ao pagamento de precatórios, que são dívidas da União reconhecidas após decisão definitiva na Justiça. A proposta havia sido apresentada pelo próprio governo na segunda-feira.
O presidente Bolsonaro, contudo, disse recentemente ser contrário a essa solução e proibiu que programas como o abono salarial e o seguro-defeso fossem extintos para engordar o orçamento do novo benefício.
Temores de que o programa possa furar o teto de gastos brasileiro diante de um Orçamento apertado para 2021 têm dominado os mercados nas últimas semanas, somando-se a sinais de possível racha no governo entre Bolsonaro e Guedes, ministro que é considerado um dos pilares da atual gestão.
Para analistas da Genial Investimentos, "o mercado está cada vez mais desconfiado sobre a capacidade do governo em relação às políticas fiscais".
"O mercado hoje está sendo direcionado pelas últimas notícias em relação ao Renda Cidadã", disse à agência de notícias Reuters Mauriciano Cavalcante, diretor de câmbio da Ourominas. "Há incerteza em relação a de onde o governo vai tirar o dinheiro para poder alimentar esse projeto."
Faíscas entre Guedes e Maia
Cavalcante também citou conflitos políticos dentro do próprio governo e entre o Executivo e o Legislativo como fatores que aprofundam a incerteza, além de destacar que o atraso na agenda de reformas pode deixar o dólar "volátil e nervoso".
Chamaram atenção ruídos causados pelo atrito entre Guedes e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), após o ministro da Economia afirmar que existem "boatos" sobre acordo de Maia com a oposição para não pautar as propostas de privatizações na Casa. Mais tarde, Maia retrucou dizendo que Guedes está "desequilibrado".
*Com Reuters
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