Após dizer que imposto estava 'morto', Guedes volta a considerar nova CPMF
Duas semanas após dizer que a ideia estava "morta", o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a considerar a criação de um imposto sobre transações digitais, semelhante à antiga CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), para financiar a desoneração da folha de pagamento das empresas.
Em comentário sobre a reforma tributária, Guedes negou que a adoção de uma "CPMF digital" levaria ao aumento de impostos no país, somente à "substituição". O ministro também defendeu a taxação de dividendos como forma de compensar a redução da tributação sobre o lucro das empresas.
"Não haverá aumento de imposto para quem paga imposto. Agora, quem nunca pagou vai pagar. Vai haver aumento de imposto sobre dividendos? Vai. Vai aumentar o imposto sobre quem estava isento antes e nunca pagava? Vai. Se nós tributarmos as transações, quem não pagava vai começar a pagar", explicou Guedes durante live promovida pela ABRAS (Associação Brasileira de Supermercados).
Ele reconheceu, no entanto, que as decisões sobre o tema dependem de negociação, repetindo que é a política que dá o timing das reformas. "Foi a política que permitiu a remoção dos privilégios na Previdência [Social], a retomada dos leilões do petróleo, o envio da reforma administrativa...", listou.
Guedes também garantiu que o governo prorrogará o auxílio emergencial caso haja uma segunda onda de casos de covid-19 no Brasil. Apesar de reconhecer que esta não é a expectativa, e sim uma medida de contingência, o ministro disse que a renovação do benefício, se necessária, está prevista pela equipe econômica.
"Não é possibilidade, é certeza. Se houver segunda onda da pandemia, o Brasil reagirá como da primeira vez. Vamos decretar estado de calamidade pública e vamos recriar auxílio emergencial", afirmou.
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