Covas diz que auxílio de R$ 100 cai em dezembro e nega interesse eleitoral
Concorrendo à reeleição na capital, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), disse hoje em agenda de campanha que a Prefeitura vai pagar o auxílio municipal de R$ 100 no início de dezembro, em parcela única, via contas dos beneficiários na Caixa Econômica Federal. O prefeito classifica o benefício como um complemento do auxílio emergencial do governo federal.
A declaração foi feita durante uma caminhada com apoiadores na Avenida Paulista, em que ele também declarou que é a favor da internação compulsória de usuários de crack.
O auxílio de R$ 100 promete contemplar pessoas de baixa renda cadastradas no Bolsa Família e trabalhadores ambulantes da cidade. No começo de dezembro, eles receberão as parcelas de outubro, novembro e dezembro em um depósito único em suas contas na Caixa, de acordo com Covas, graças a um acordo com o banco.
"Portanto, um milhão de pessoas vão receber aqui na cidade de São Paulo os R$ 300 por conta desta legislação aprovada no começo de novembro na Câmara Municipal", afirmou.
Pela lei, a Prefeitura é obrigada a fazer os pagamentos até o final deste ano.
Questionado se anunciar o pagamento do complemento de renda a cinco dias do segundo turno não configura interesse eleitoral, ele declarou que não entende desta forma. Justificou que o pagamento de R$ 300, referente aos três meses do benefício, será feito depois da votação marcada para o próximo domingo.
"A lei foi sancionada e deve ser pago na primeira semana de dezembro, portanto, depois da eleição. A gente buscou tratativas com Banco do Brasil, com a Caixa Econômica Federal para viabilizar isso, para ver de que forma atender a população. Então, não há nenhuma relação com o calendário eleitoral, já que o pagamento vai ser feito depois da eleição", disse Covas.
A Prefeitura afirma que ninguém precisará preencher cadastros ou solicitar o benefício. Ele será pago automaticamente para quem o sistema identificar quem tem direito.
Caso o trabalhador se encaixe nos critérios e não receba o dinheiro, o governo municipal não esclareceu se disponibilizará algum sistema para a pessoa pedir o benefício ou contestar a negativa.
O auxílio é um projeto de renda básica permanente do vereador Eduardo Suplicy (PT), modificado para atender trabalhadores apenas agora, na pandemia, após o governo federal reduzir o auxílio emergencial de R$ 600 para R$ 300.
Covas defende internação compulsória de usuários de crack
Na mesma agenda de campanha, o prefeito falou sobre a situação dos usuários de crack na cidade. Ele disse que a questão precisa envolver várias secretárias e não pode ser tratada como dicotomia entre direitos humanos e segurança pública.
Covas afirmou que o trabalho da Prefeitura oferece uma política de redução de danos e ação social, como banho e troca de roupas. Acrescentou que questão da saúde inclui a oferta de tratamento individualizado. Como porta de saída, o município concede uma bolsa a pessoas que está no programa de recuperação quando há recomendação médica.
"Essas é a ação possível com a legislação que nós temos [em relação ao trabalho atual da prefeitura]. Eu sou favorável a internação compulsória, mas ela é proibida no país."
Paulista continua aberta por enquanto
O prefeito ainda comentou a situação da avenida Paulista, tradicional ponto de lazer da cidade aos domingos, quando é fechada a circulação de carros. Ele falou que as restrições impostas pela pandemia de covid-19 ainda impedem a retomada do fechamento aos veículos. Covas disse que isto só vai ocorrer quando houver autorização da Vigilância Sanitária.
"Não dá para retomar a avenida Paulista porque a gente não tem controle de pessoas que entra e saem. É diferente, por exemplo, dos parques que foram reabertos, mas a gente continua observando o respeito de 60% da lotação dos parques e é possível fazer o controle nos portões".
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