Funcionário de empresa aérea paga passagens após família cair em golpe
Uma família de surdos viu a solidariedade de perto minutos depois de ter descoberto que caiu em um golpe de passagem aérea falsa. Um funcionário da empresa Azul Linhas Aéreas emitiu passagens para todos e ajudou a bancar os valores. O caso aconteceu em Campo Grande no início do mês, mas somente foi revelado neste final de semana.
Em contato com o UOL, Raphael Cavaleiro confirmou a história. Ele é funcionário da empresa aérea no aeroporto da capital do Mato Grosso do Sul e contou que se viu numa situação muito difícil.
Segundo ele, no início de fevereiro, um casal de surdos, com duas crianças de colo e mais uma menina de nove anos, apresentaram passagens para uma viagem. "Essa menina de nove anos veio com os documentos e o papel da reserva para que eu fizesse o checkin deles. Eles iriam viajar para o Nordeste e, após vários mecanismos de busca, eu não localizei nenhuma reserva. Aí constatei que eles caíram num golpe", explica Raphael.
Ele contou que viu de perto a reação da família e ficou tocado com a situação, que foi narrada pela menina. "Eu comecei a chorar junto com eles, eles tinham deixado tudo para trás, tinham vindo do interior do estado e estavam indo para o Nordeste para tentar a vida lá", lamenta.
No depoimento, Raphael diz que logo começou a procurar passagens para a mesma localidade — que, segundo apurou a reportagem, seria para o Recife. Mesmo encontrando vaga em um voo, o casal não tinha dinheiro o suficiente. "Mas eles não podiam mais voltar porque nem casa e nem cama eles tinham mais", explica.
Raphael explica que se lembrou do ensinamento dos pais, de sempre ser uma pessoa caridosa. Por isso, tomou a decisão de ajudar a família e de completar do próprio bolso os valores que faltavam para a emissão das passagens. "Eu emiti a passagem para eles, eles pagaram uma parte, eu paguei a outra e eles foram embora", conta emocionado.
CEO da empresa parabeniza funcionário
Raphael conta ainda que ficou surpreso porque a história se espalhou. Ele recebeu a ligação de ninguém menos que o próprio CEO da Azul Linhas Aéreas, John Rogerson.
"Eu fiquei surpreso com a ligação com ele agradecendo o que eu tinha feito e eu perguntei quem falou para ele, porque eu fiz de modo muito discreto", diz.
O funcionário deixa claro que não queria falar sobre o assunto, mas agora quer aproveitar a divulgação para servir de exemplo para que outras pessoas também ajudem quem precisar.
"Eu preferia ter ficado no anonimato e já que tomou tanta repercussão, eu falo pra servir de motivação para outras pessoas fazerem o bem", encerra.
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