Com tumulto e acidente, Bolsonaro entrega proposta de privatizar Correios
Por volta das 19h40 de hoje (24), o presidente Jair Bolsonaro saiu do Palácio do Planalto a pé e atravessou a Praça dos Três Poderes em direção ao Congresso. O objetivo foi entregar em mãos ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), o projeto de privatização dos Correios.
Bolsonaro estava acompanhado do ministro das Comunicações, Fábio Faria. Poucos minutos depois, o ministro da Economia, Paulo Guedes, também chegou ao Congresso para a entrega simbólica.
Já na Câmara, quando Bolsonaro entrava no corredor onde fica o gabinete da presidência da Casa, um tumulto fez com que a porta de vidro que separa o corredor do Salão Verde se estilhaçasse. Não há informação sobre feridos.
Em seguida, no gabinete de Arthur Lira, mais de 20 pessoas se aglomeravam discutindo o projeto. No dia que o Brasil chegou a 250 mil mortes por covid-19, quase ninguém usava máscara de proteção, incluindo Bolsonaro e Lira.
Esperava-se que houvesse uma solenidade para marcar a entrega da proposta, mas o presidente e os ministros foram embora sem dar nenhuma declaração.
Ontem, Bolsonaro já havia feito a mesma movimentação, mas para entregar a Medida Provisória que tem como objetivo possibilitar a privatização da Eletrobras.
O que diz o projeto
Segundo comunicado divulgado pelo Ministério das Comunicações, além da privatização, o texto prevê a obrigatoriedade do cumprimento de metas de universalização e qualidade dos serviços e estabelece que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) será a Agência Reguladora dos serviços postais.
Ainda de acordo com o comunicado do governo federal, "serão realizados os debates e estudos para a definição do melhor modelo de desestatização, que pode ser, por exemplo, a venda direta, a venda do controle majoritário ou de apenas parte da empresa".
O governo explica que o processo inclui a análise pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento), a participação da sociedade e do mercado por meio de audiências públicas e a aprovação do TCU (Tribunal de Contas da União).
Associação dos profissionais dos Correios critica entrega do projeto
A ADCAP (Associação dos Profissionais dos Correios) criticou a entrega do projeto de privatização feita hoje pelo presidente. "A pressa com que o tema está sendo conduzido indica que o objetivo parece ser tentar salvar a reputação do governo, maculada com os efeitos das desastradas decisões relacionadas à Petrobras", afirmaram os profissionais em nota.
"Não parece correto, porém, que se tente compensar os prejuízos imputados ao mercado pelo Presidente da República com outros prejuízos, dessa vez imputados aos cidadãos e empresas que dependem dos Correios para terem um serviço postal acessível e em pleno funcionamento. Um erro não pode justificar outro erro", completaram no comunicado.
Para os membros da associação, ao entregar o projeto hoje o governo federal pulou etapas que eles consideram importantes, como a finalização do estudo do BNDES e a realização de audiências públicas. O governo afirma que conduzirá estes estágios em paralelo à tramitação da proposta no Congresso.
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