MP é 'aproximação' para tentar privatizar Eletrobras, diz Mourão
O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) afirmou que a Medida Provisória para acelerar o processo de privatização da Eletrobras é uma "aproximação" feita "pouco a pouco" para tentar vender a estatal.
"Na política, assim como na competição de orientação, a linha reta nem sempre é a distância mais curta entre dois pontos", disse ele, no Palácio do Planalto na manhã de hoje, em conversa com jornalistas. "Você tem de fazer várias curvas até conseguir chegar ao objetivo."
O governo publicou a Medida Provisória na noite de ontem em edição extra do Diário Oficial. A regra autoriza o início do processo de venda da Eletrobras e suas subsidiárias. As estatais Eletronuclear e Itaipu Binacional permanecem com o governo.
O envio da proposta acontece em meio à ação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para trocar o presidente da Petrobras por causa da alta do preço dos combustíveis. Isso fez economistas criticarem seu real compromisso com a redução da participação do Estado na economia e com intervenções nos mercados financeiros.
Hoje, Mourão lembrou que as tentativas de venda da Eletrobras começaram na gestão de Michel Temer (MDB). Mas ele destacou que elas são compromisso do governo de Bolsonaro.
"A Eletrobras é assunto que vem sendo discutido desde o governo anterior. Sempre esteve no radar do nosso governo. E agora está se tentando, pouco a pouco, fazer uma aproximação que se chegue ao objetivo de privatizar."
Questionado se privatizar era uma boa saída para a empresa, Mourão afirmou que esse sempre foi o pensamento da atual gestão. "O nosso governo sempre pensou dessa forma. Nunca escondeu isso aí."
No entanto, o vice-presidente destacou que a decisão sobre a venda da Eletrobras é do Congresso. Ele destacou que alguns parlamentares são contra a privatização. "É óbvio que tem uma série de opiniões contrárias, não é? O Congresso vai discutir e aquilo que eles decidirem será o melhor para a nação."
Exigências da Pfizer fogem da lei, diz Mourão
O vice-presidente defendeu o ministro da Saúde, o general Eduardo Pazuello, apesar de o país não ter comprado as doses da vacina contra o coronavírus fabricada pela Pfizer, a primeira a receber registro definitivo no Brasil.
A farmacêutica ofereceu 70 milhões de doses em julho do ano passado, mas o governo rejeitou a proposta. Agora, ofereceu 100 milhões, de acordo com a emissora CNN.
Hoje, Mourão disse que as cláusulas pedidas pela Pfizer não batem com a legislação brasileira. O laboratório quer que o governo se responsabilize caso haja algum efeito adverso na vacina.
"O problema é um só: as exigências contratuais estão fora da nossa legislação", disse Mourão hoje.
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