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Após surto de covid-19, petroleiros param em MG e cobram Petrobras

Plataforma da Petrobras na Bacia de Campos, litoral do RJ; petroleros do Rio e de Minas Gerais cobram medidas de segurança contra covid-19 - Bruno Domingos
Plataforma da Petrobras na Bacia de Campos, litoral do RJ; petroleros do Rio e de Minas Gerais cobram medidas de segurança contra covid-19 Imagem: Bruno Domingos

Andréia Martins

Do UOL, em São Paulo

22/03/2021 09h54Atualizada em 22/03/2021 14h45

Com mais de 200 casos de covid-19 entre funcionários contratados e terceirizados, os petroleiros da refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, anunciaram que entrarão em greve por tempo indeterminado a partir de hoje. Na semana passada, petroleiros do Rio de Janeiro também pediram que a estatal ofereça mais segurança em plataformas alegando que o risco de exposição ao coronavírus para os trabalhadores é alto.

Em um comunicado, o Sindipetro-MG (Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais) informou que pediu ao MPT (Ministério Público do Trabalho) que a Petrobras seja chamada a prestar esclarecimentos sobre o avanço da doença na refinaria. Segundo levantamento da entidade, na semana de 15 de março foram registrados mais de 100 casos positivos no local, sendo 84 deles de um mesmo setor. Desses, 11 funcionários seguem internados por complicações.

Atualmente a Regap passa por uma parada de manutenção, o que gerou um grande número de pessoas no local, incluindo profissionais de outros estados. A manutenção começou em 28 de fevereiro e deve durar 30 dias. Devido a isso, houve um aumento presencial de mais de 2 mil trabalhadores, um efetivo que quase dobrou o tamanho.

Para o sindicato, o aumento na circulação de trabalhadores coloca todo o efetivo em risco. A entidade alega que conversou desde o início do ano com a gerência local afirmando que "que não haveria possibilidade de manter" a manutenção "sem que os trabalhadores, ao cumprirem seu serviço, se vissem expostos a altas taxas de contaminação".

Em nota enviada ao UOL, a Petrobras informou que "vem adotando medidas para proteger a saúde dos seus colaboradores, mitigar a propagação do vírus na companhia e assegurar a prestação dos serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis à sociedade brasileira".

Na refinaria Gabriel Passos (Regap), a estatal diz que "desde maio de 2020 são aplicados testes rápidos em todos os colaboradores, como triagem para evitar a contaminação dentro das instalações da unidade". Outras ações implantadas no local são: avaliação de saúde e medição de temperatura de todos os colaboradores; adoção do turno de 12 horas, diminuindo o rodízio de pessoas na refinaria; reforço nas medidas de higiene e distanciamento, além do uso obrigatório de máscaras; fiscalização das medidas e reforço das equipes de saúde.

Em relação ao movimento grevista, a Petrobras "informa que a Regap opera com equipes de contingência sem impacto na produção". Ainda segundo a empresa, a greve "causa enorme estranheza à Companhia visto que o Acordo Coletivo de Trabalho 2020-2022 foi pactuado há cerca de 6 meses".

Todas as regiões do estado de Minas Gerais estão na onda roxa, após decreto do governador Romeu Zema (Novo). A medida visa reduzir a circulação de pessoas para tentar conter a transmissão da covid-19 e conter o colapso do sistema de Saúde. O estado vive, atualmente, o momento mais grave desde o início da pandemia, em março do ano passado.

Na última quinta-feira (18), os petroleiros da Bacia de Campos também pediram ao MPT que a estatal apresente ações para combater a covid-19 em plataformas. Os petroleiros querem que a Petrobras apresente protocolos mais rigorosos, como testes em três momentos distintos: no embarque, na metade do período da escala e no desembarque. Atualmente, a empresa realiza a testagem somente no embarque às plataformas.

Dados da ANP (Agência Nacional de Petróleo) mostram que os casos de covid-19 em plataformas de petróleo e gás do Brasil voltaram a apresentar tendência de alta desde o início de março, revertendo um movimento de queda visto no início do ano.

*Com informações da Reuters

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