'Prévia da inflação' chega a 0,6% em abril; carne sobe 31,6% em 12 meses
O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor - Amplo 15), considerado uma prévia da inflação oficial (IPCA), desacelerou a 0,6% em abril, após ficar em 0,93% em março. O indicador foi novamente puxado pela alta nos preços dos combustíveis.
No ano, o IPCA-15 acumula alta de 2,82%. Em 12 meses, o índice acumula aumento de 6,17%. Em abril de 2020, a taxa foi de -0,01%.
A meta do Banco Central para a inflação neste ano é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, ou seja, podendo variar entre 5,25% e 2,25%.
Os dados foram divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Gasolina sobe 5,49%
Com alta de 1,76%, os transportes continuam sendo a principal influência no índice (0,36 ponto percentual), embora tenham desacelerado em relação ao resultado de março, quando a variação foi de 3,79%.
A gasolina, que subiu 5,49% no mês, permanece como o produto com o principal impacto sobre o IPCA-15 (0,3 p.p.), ainda que com uma variação menor do que o mês anterior (11,18%). O óleo diesel (2,54%) e o etanol (1,46%) tiveram altas, mas também inferiores às registradas em março —10,66% e 16,38%, respectivamente.
Já nos últimos 12 meses, a alta foi de 28,26% no preço de combustíveis para veículos, levando a categoria de transportes a ficar 9,65% mais cara no último ano.
Após uma sequência de aumentos nas refinarias em fevereiro e março, houve duas reduções no preço da gasolina no final do mês passado, o que se refletiu na desaceleração dos combustíveis neste mês.
Leite e pão francês mais caros
Os alimentos tiveram variação de 0,36%, superior à alta de março. O café da manhã ficou mais caro com a alta do pão francês (1,73%) e do leite longa vida (1,75%), cujos preços haviam recuado no mês anterior (-0,11% e -4,5%, respectivamente).
As carnes seguem em alta (0,61%), embora com variação menor do que a de março (1,72%). Por outro lado, alguns tubérculos como cenoura (-13,58%) e batata-inglesa (-5,03%) apresentaram quedas, assim como frutas (-2,91%) e arroz (-1,44%).
Em 12 meses, alimentos e bebidas acumulam alta de 12,17%. Cereais, legumes e oleaginosas tiveram alta de 48,7% nos preços, carnes ficaram 31,55% mais caras e óleos e gorduras viram o preço subir 51,77%.
Metodologia
Os preços do IPCA-15 foram coletados no período de 16 de março a 13 de abril de 2021 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 12 de fevereiro a 15 de março de 2021 (base).
O IPCA-15 refere-se às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia.
A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, considerada a inflação oficial; a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.
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