IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Com dívidas de R$ 500 mi, Grupo Metodista pede recuperação judicial

Educação Metodista pede recuperação judicial; grupo enfrenta dificuldades financeiras desde 2015 - Divulgação/Metodista
Educação Metodista pede recuperação judicial; grupo enfrenta dificuldades financeiras desde 2015 Imagem: Divulgação/Metodista

Do UOL, em São Paulo

29/04/2021 16h28Atualizada em 29/04/2021 16h28

O grupo Educação Metodista entrou hoje com pedido de recuperação judicial na Justiça do Rio Grande do Sul. Com dívidas de cerca de R$ 500 milhões, a controladora da Universidade Metodista, em São Bernardo do Campo (SP), enfrenta dificuldades financeiras desde 2015 e viu a situação se agravar em meio à pandemia de covid-19.

O pedido de recuperação judicial permite que a Educação Metodista mantenha suas atividades acadêmicas.

"A recuperação judicial é o primeiro passo do processo de reestruturação planejado pela Educação Metodista. A reorganização do grupo envolve a implementação de um novo modelo de gestão e a desmobilização de ativos não operacionais", afirmou o diretor financeiro do grupo, Maurício Trindade.

Segundo a Educação Metodista, desde 2015, o grupo sofre com a redução significativa do número de alunos, o que impactou na receita e provocou o seu desequilíbrio financeiro. Mudanças nas regras do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil), diz o grupo, deram origem às dificuldades financeiras.

Na época, a Educação Metodista tinha uma base de 51 mil alunos —volume que encolheu 60% desde então. "A mudança do Fies afetou todo o mercado educacional. Houve também a recessão no Brasil e a entrada de novos players, que realizaram uma consolidação do mercado, acirrando ainda mais a competição, com preços agressivos", comentou o diretor de operações estratégicas da Educação Metodista, Aser Gonçalves Junior.

A educação universitária no Brasil recebeu uma forte injeção de ânimo com a chegada do Fies, que aumentou o número de alunos no ensino superior em todo o país. Em 2015, contudo, as regras foram alteradas, com a alegação de que o programa se tornaria mais sustentável ao longo do tempo.

Dentre as diversas mudanças estavam juros maiores, prazo menor para se quitar a dívida e o fim do financiamento de 100% do curso.