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Chaves: MP da Eletrobras é vitória da agenda de Guedes, mas traz problemas

Do UOL, em São Paulo

22/06/2021 09h30

A colunista de economia do UOL Gabriela Chaves comentou hoje, durante o UOL News, que a aprovação da MP (Medida Provisória) de privatização da Eletrobras pela Câmara dos Deputados é uma vitória para a agenda liberal do ministro da Economia, Paulo Guedes.

Por outro lado, Gabriela Chaves avalia que a MP, que agora fica à espera da sanção do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), traz problemas para o consumidor.

A aprovação da MP é uma vitória para a agenda liberal de Paulo Guedes. Desde o início deste governo ele insiste muito nessa agenda de privatização e efetivamente ele vem de uma escola que vê as privatizações como a resolução para quase todos os problemas da sociedade. Há um ganho nessa agenda, mas traz uma série de problemas para o consumidor
Gabriela Chaves, colunista de economia do UOL

O principal ponto destacado por Gabriela Chaves está na determinação de cotas que o Brasil precisa consumir de energia termoelétrica e de energia térmica de gás.

"Isso é uma estrutura extremamente cara de ser construída, gaseodutos não são uma estrutura barata. Especialistas estão estimando que, para conseguirmos de fato atender essa MP, possa se gastar até R$ 84 bilhões somente com as obras de infraestrutura necessárias para que essas cotas funcionem", disse.

"Isso significa que todo esse aumento será repassado ao bolso do consumidor, o que gera alerta muito grande de risco de aumento da tarifação de luz em todo o país", completou.

Privatização da estatal

Proposta em 2019 pelo governo federal e então revista pelo Congresso, a privatização da companhia faz parte de um projeto de diminuição da presença do estado na empresa que, sob o ponto de vista do atual governo e de parte do mercado, é custoso e ineficiente.

A medida provisória aprovada pela Câmara dos Deputados viabiliza que as ações da companhia possam ser vendidas para investidores privados, o que na prática faria com que a empresa não estivesse mais sob controle do governo federal.

O governo ainda terá, de acordo com o texto, a golden share —ação de classe especial que garante poder de veto em decisões da assembleia de acionistas.