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BC sobe a 4,6% projeção de crescimento do PIB e vê inflação de 5,8% em 2021

Projeções foram divulgadas hoje no Relatório Trimestral de Inflação - Getty Images/iStockphoto
Projeções foram divulgadas hoje no Relatório Trimestral de Inflação Imagem: Getty Images/iStockphoto

Do UOL*, em São Paulo

24/06/2021 08h32Atualizada em 24/06/2021 09h46

O Banco Central elevou sua projeção de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2021 para 4,6%, ante 3,6% estimados em março, citando o resultado melhor do que o esperado no primeiro trimestre do ano e os indicadores disponíveis para o trimestre corrente.

"Adicionalmente, recuperação parcial da confiança dos agentes econômicos, medidas de preservação do emprego e da renda, prognóstico de avanço da campanha de vacinação, elevados preços de commodities e efeitos defasados do estímulo monetário indicam perspectivas favoráveis para a economia", afirmou o BC em seu mais recente Relatório Trimestral de Inflação, divulgado hoje.

O BC frisou, contudo, que o ritmo de crescimento ainda enfrenta bastante incerteza e destacou como principais riscos a disseminação de novas variantes do coronavírus, custos elevados em algumas cadeias produtivas e eventuais implicações das crise hídrica.

A revisão da projeção para o PIB foi determinada principalmente pela melhora dos prognósticos para o setor de serviços, cujo crescimento é estimado agora em 3,8%, ante 2,8% em março. As estimativas para o desempenho da agropecuária e da indústria sofreram ajustes menores —respectivamente de +2% para +2,5% e de +6,4% para +6,6%.

Houve alta na previsão para o consumo das famílias, de 3,5% para 4,0%, e para a formação bruta de capital fixo (FBCF, uma medida de investimento), de 5,1% para 8,1%. Os ajustes, segundo o BC, repercutiram elevação do carregamento estatístico após os resultados do primeiro trimestre.

A nova projeção do BC para o PIB segue abaixo da estimativa do mercado de crescimento de 5%, segundo a mais recente pesquisa Focus feita com analistas econômicos.

Sobre a política monetária, o BC repetiu no documento as considerações feitas em sua reunião do Copom da semana passada, quando a taxa Selic foi elevada em 0,75 ponto percentual, para 4,25%.

Inflação acima do teto da meta

Segundo relatório, a estimativa de inflação para 2021 no cenário básico indica um IPCA de 5,8% para este ano. O porcentual é o mesmo que constou na ata e no comunicado do último encontro do Copom. Para 2021, a meta de inflação perseguida pelo BC é de 3,75%, com margem de 1,5%, ou seja, de 2,25% a 5,25%.

Para 2022, o cenário básico indica que o IPCA ficará em 3,5%, também igual à ata e ao comunicado. A projeção para o IPCA de 2023, pelo cenário básico, é de 3,3%. Para 2022, a meta é de 3,50%, com margem de 1,5 (taxa de 2,00 a 5,00%). No caso de 2023, a meta é de 3,25%, com margem de 1,5 (taxa de 1,75% a 4,75).

Crescimento do crédito

O BC também projetou um crescimento do crédito no país de 11,1% este ano, ante projeção de 8,0% feita em março.

Agora, a expectativa é que o crédito às famílias suba 13,5% em 2021, contra expectativa anterior de 11,5%. Para as empresas, a alta foi calculada em 8,0%, ante 3,4% no último relatório.

Para o estoque de crédito livre, em que as taxas são pactuadas livremente entre bancos e tomadores, o BC projetou uma expansão de 13,5%, ante 11,1% nas suas estimativas realizadas em março.

Para o crédito direcionado, que atende a parâmetros estabelecidos pelo governo, a perspectiva passa a ser de alta de 7,7% (+3,7% antes).

(*Com Reuters e Estadão Conteúdo)