Bolsonaro mente no Mercosul ao dizer que Brasil retomou aulas em segurança
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) mentiu ao dizer que os brasileiros voltaram a estudar e trabalhar em "plena segurança" durante a pandemia. O discurso foi feito hoje, na 58ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados, evento em que a Argentina passou a gestão do bloco ao Brasil.
Meu governo está empenhado em garantir rápida e plena recuperação da economia neste momento de intensificação da imunização em massa. Os brasileiros voltam a estudar e trabalhar em plena segurança. A viver, enfim, em condições de plena normalidade
Presidente Jair Bolsonaro
Diferente do que foi dito pelo presidente, cidades em todo o país discutem se é seguro retomar as aulas presenciais por conta do risco de disseminar o vírus. São poucos os estados, como São Paulo, que determinaram a retomada gradual das aulas presenciais.
No caso do estado paulista, gerido pelo governador João Doria (PSDB), os municípios poderão definir, de forma independente, a maneira com que retomarão as atividades para garantir a segurança sanitária da população.
Autoridades em saúde como a OMS (Organização Mundial de Saúde) e a OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde), continuam recomendando o distanciamento social para reduzir o número de infecções até que todos os cidadãos estejam imunizados contra a covid-19.
Número de mortes diárias acima de 1 mil
O Brasil ainda registra mais de 1 mil mortes por dia em função de complicações geradas pela covid-19. Em 24 horas, foram registrados 1.595 óbitos no país.
Mesmo com números alarmantes, ontem o país teve a menor média de mortes em quatro meses (1.481). A última vez em que a média ficou abaixo de 1.500 foi no dia 7 de março, quando registrou 1.497.
Ainda assim, o índice está alto e segue acima de mil há 168 dias. Durante a chamada primeira onda, o maior tempo que a média móvel ficou acima de mil foi 31 dias.
Os dados são obtidos pelo consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte, junto às secretarias estaduais de saúde.
Crítica à gestão argentina no Mercosul
Na passagem de comando do bloco, Bolsonaro criticou o semestre gerido por Alberto Fernández — presidente argentino —, e cobrou acordos por maior flexibilização econômica.
A persistência de impasses, o uso da regra do consenso como instrumento de veto e o apego a visões arcaicas com viés defensivo terão único efeito de consolidar o sentimento de ceticismo e dúvida quanto ao verdadeiro potencial dinamizador do Mercosul
Presidente Jair Bolsonaro
As declarações de Bolsonaro ocorreram após Fernández defender o consenso nas negociações comercias como "a coluna vertebral" do Mercosul.
Bolsonaro ainda prometeu caminhar rumo à modernização do bloco. A tentativa brasileira será pela flexibilização das regras atual que mantém as tarifas mais altas do mundo e a proibição de que um dos sócios negocie de forma individual os tratados de livre comércio com outros países que integram o Mercosul.
O presidente brasileiro conta com o apoio do Uruguai na investida pela modernização do bloco por meio de uma agenda de negociações externas.
"O Uruguai comunicou que começará a conversar com terceiros países para negociar acordos comerciais fora do Mercosul. A posição uruguaia consiste em defender a modernização do bloco, através de uma agenda de negociações externas", avisou, em nota, o Ministério das Relações Exteriores do Uruguai durante a reunião de chanceleres que ocorreu ontem, antecedendo a reunião de Cúpula de Presidentes do Mercosul.
Pelas atuais normas do bloco econômico, todos os países precisam negociar em conjunto e aprovar as decisões por consenso entre os quatro fundadores: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
Além dos quatro países, participaram da reunião virtual de Cúpula do Mercosul o Chile, como país associado, e a Bolívia, país em processo de adesão ao bloco.
* Com informações da RFI
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