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Privatização dos Correios: base vê modernização, e oposição, retrocesso

Do UOL, em São Paulo

05/08/2021 18h02

A aprovação da privatização dos Correios pela Câmara dos Deputados repercutiu entre políticos. Defensores do projeto argumentam que a empresa será modernizada nas mãos da iniciativa privada, enquanto críticos falam em retrocesso e prometem tentar barrar a privatização no Senado.

O ministro das Comunicações, Fábio Faria, disse que agora os Correios serão fortalecidos e se tornarão "a maior empresa de entregas da América Latina". A privatização de estatais é um dos pilares da agenda econômica do governo de Jair Bolsonaro (sem partido).

Nesse sentido, a senadora Soraya Thronicke (PSL-MS) defendeu que é necessário "enxugar a máquina pública e incentivar a livre concorrência para o Brasil prosperar". A deputada Bia Kicis (PSL-SP) comparou o caso com a privatização das empresas de telecomunicação que, na opinião dela, melhoraram depois de passar para as mãos das empresas privadas.

"Assim como as telecomunicações melhoraram incrivelmente com a privatização há décadas, a idéia é modernizar também do sistema de correspondência e entregas", escreveu a presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara.

Para o deputado Tiago Mitraud (Novo-MG), a aprovação foi positiva, mas é necessário melhorar o texto durante a votação dos destaques, "garantindo que haja concorrência no mercado e combatendo a manutenção de privilégios."

Do outro lado, políticos de oposição consideraram o fato um retrocesso. Ao comentar o caso, o ex-candidato à Presidência da República e à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) disse que Bolsonaro e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), são "parceiros da destruição nacional".

Manuela D'Ávila (PCdoB), vice na chapa de Fernando Haddad (PT) nas eleições presidenciais de 2018, disse que "quem vota a favor da privatização de empresa que garante a soberania nacional não pode dizer que luta pelo nosso país".

Carlos Zarattini (PT-SP), que votou contra a proposta, argumentou que o "Brasil perde uma empresa lucrativa" e afirmou que "o povo vai sentir no bolso essa venda". Orlando Silva (PCdoB-SP) opinou que "quando terminar esse governo nefasto talvez reste pouco da soberania nacional."

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