Ex-secretário de Guedes critica aprovação da reforma do IR: 'Lamentável'
O ex-secretário do governo Bolsonaro no Ministério da Economia Salim Mattar criticou a aprovação da reforma do Imposto de Renda (IR), na Câmara. O texto-base da medida prevê a ampliação da faixa de isenção para quem recebe até R$ 2.500 mensais e criação da cobrança de 15% sobre lucros e dividendos distribuídos aos acionistas de empresas, hoje isentos.
Ex-secretário de Desestatização e Privatização do Ministério da Economia, o empresário Salim Mattar, fundador da Localiza, classificou a aprovação como "lamentável".
"LAMENTÁVEL! Câmara vota texto-base da Reforma Tributária a toque de caixa. Uma proposta que não foi discutida adequadamente e desagradou praticamente todos os setores", escreveu no Twitter.
Salim afirmou que a aprovação do texto-base não trará simplificação e redução de impostos, mas sim "teremos aumento da carga tributária".
Texto-base do IR
O projeto de lei do imposto de renda segue agora para o Senado e, se for aprovado sem alterações, irá para sanção do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Se a proposta for alterada pelos senadores, voltará para nova votação na Câmara.
O texto principal da reforma foi aprovado na quarta-feira (1º), com 398 votos favoráveis e 77 contrários, após forte articulação do presidente da casa, Arthur Lira (PP-AL). A tributação dos dividendos atraiu o apoio inclusive de partidos de oposição, como PT e PSOL.
Ontem, os deputados votaram os destaques, que são mudanças no texto principal. Só um dos 26 destaques foi aprovado. O texto original previa IR de 20% sobre os dividendos, mas o destaque aprovado reduziu a alíquota para 15%.
A tributação de lucros e dividendos é defendida pelo governo e pelo relator da reforma, deputado Celso Sabino (PSDB-PA) como uma forma de compensar a queda no imposto de renda das empresas.
Para conseguir a aprovação da reforma, Lira e Sabino fizeram concessões que devem resultar em redução da arrecadação de impostos, sem que tenham sido apresentados cálculos de impacto pela equipe econômica. Economistas ainda fazem as contas para saber qual será o efeito do novo IR nas contas públicas.
*Com informações de Antonio Temóteo, do UOL, em Brasília
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