Bolsonaro diz que vai ter aumento no preço do diesel: 'Não faço milagre'
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse hoje, durante conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada, que em breve o país terá um novo reajuste no preço do diesel. Ele afirmou que, embora os brasileiros estejam "insatisfeitos" com os aumentos sucessivos nos preços dos combustíveis, ele não consegue "fazer milagre".
"Pessoal está insatisfeito? Está. Inclusive estamos há três meses sem reajustar o diesel. Vai ter um reajuste daqui a pouco. Não vai demorar. Agora, não posso fazer milagre", declarou Bolsonaro. O último reajuste sofrido pelo diesel ocorreu no dia 5 de julho, e não há três meses como ele alegou.
No bate-papo com os seus apoiadores, Bolsonaro disse que "o problema" no preço dos combustíveis "não é só aqui" no Brasil, mas "no mundo todo".
Ele voltou a creditar o preço aos impostos estaduais e lembrou que recorreu ao STF (Supremo Tribunal Federal) para que o Congresso Nacional fixe, em um prazo de 120 dias, a alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre os combustíveis nos estados.
Embora o político culpe o ICMS pelos altos preços dos combustíveis, especialistas ouvidos pelo UOL apontam que a principal responsável pelo aumento do valor é a política de preços da Petrobras.
Por fim, o atual chefe do Executivo Federal destacou que quem estiver "insatisfeito" com seu governo é "só mudar na eleição do ano que vem", em alusão ao pleito presidencial de 2022 que poderá reconduzi-lo ao cargo, ou eleger um novo mandatário.
Em meio a alta de preços, Bolsonaro culpa ICMS
Os preços dos combustíveis sofreram diversos reajustes ao longo de 2021 e, em alguns estados, a gasolina já passou de R$ 7 o litro. Em meio às críticas, o presidente Jair Bolsonaro tem tentado se isentar, atribui os aumentos nos valores ao ICMS, que é um imposto estadual, e chegou a culpar a "ganância" de governadores.
No início deste mês, o presidente acionou o STF solicitando uma mudança na cobrança do ICMS sobre os combustíveis e pede que a Corte reconheça que os governadores não podem cobrar o imposto de forma proporcional. O chefe do Executivo solicita que sejam dados 120 dias para que o Congresso aprove uma lei que dê uniformidade às alíquotas dos estados.
"A forte assimetria das alíquotas de ICMS enseja problemas que vão muito além da integridade do federalismo fiscal brasileiro, onerando sobretudo o consumidor final, que acaba penalizado com o alto custo gerado por alíquotas excessivas para combustíveis", diz o texto enviado ao Supremo.
Dados oficiais, porém, mostram que o fator que mais pesou para o aumento do preço nos últimos meses não foi o ICMS, mas sim os reajustes feitos pela Petrobras. O imposto estadual compõe uma parte importante do valor que os motoristas pagam nos postos, mas os percentuais cobrados não sofreram alterações recentemente.
Petrobras pode aumentar preços nas refinarias
Em coletiva de imprensa realizada hoje, o diretor-executivo de Comercialização e Logística da Petrobras, Cláudio Mastella, alertou para o fato de que a companhia pode elevar os preços de combustíveis em suas refinarias. Segundo informou, os valores estão defasados ante o mercado internacional.
De acordo com os executivos da Petrobras, não houve mudanças na política de preços e a petroleira continua a seguir indicadores internacionais, mas evitando a volatilidade externa.
A Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis) calcula que haja uma defasagem de 14% no diesel e de 10% na gasolina, segundo dados de fechamento da última sexta-feira (24).
O último ajuste realizado no preço do diesel pela Petrobras ocorreu em 5 de julho, enquanto na gasolina foi em 12 de agosto.
*Com Reuters
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