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iFood diz que oferecerá R$ 8 milhões a entregadores em fundo de combustível

O iFood afirmou que deve reajustar o valor das rotas a partir de novembro, com adicional por quilômetro rodado - João Carlos Gomes/ Myphoto Press/ Estadão Conteúdo
O iFood afirmou que deve reajustar o valor das rotas a partir de novembro, com adicional por quilômetro rodado Imagem: João Carlos Gomes/ Myphoto Press/ Estadão Conteúdo

Colaboração para o UOL

15/10/2021 23h21

O serviço de delivery por aplicativo iFood anunciou que investirá R$ 8 milhões até o fim do ano para aliviar os impactos da alta dos combustíveis no bolso dos entregadores. O repasse deverá será feito ao longo de novembro e dezembro. Não há dados oficiais sobre quantos entregadores estão cadastrados na plataforma. O anúncio se dá depois de a Petrobras anunciar reajuste de 7,2% para as distribuidoras.

O iFood afirmou também que deve reajustar o valor das rotas a partir de novembro, com adicional por quilômetro rodado, o que deve resultar aos trabalhadores ganhos de até 8% por rota, segundo a empresa. Esse é o segundo reajuste do valor das rotas promovido este ano: em abril, o serviço de entregas havia reajustado a tarifa mínima para R$ 5,31, independentemente da distância, com acréscimo por quilômetro rodado nas rotas mais longas.

Durante a pandemia, a foodtech viu o volume de pedidos dobrar por causa do isolamento social: foram de 30,6 milhões pedidos, no começo de 2020, para 60 milhões, em março deste ano. Presente em 908 cidades em todos os estados brasileiros, o iFood conta com mais de 33 mil parceiros, entre mercados, conveniências, petshops e farmácias. O crescimento foi de 1.329% em relação a julho de 2020. Até o fim de 2021, a plataforma projeta ter 40 mil estabelecimentos parceiros disponíveis, bem como dobrar a quantidade de localidades em que o serviço é oferecido.

Ainda em 2020, um estudo realizado por pesquisadores da Unicamp, do Ministério Público do Trabalho e da Universidade Federal do Paraná identificou que, apesar de um aumento das jornadas de trabalho, os entregadores viram uma queda de 58,9% de seus rendimentos. Antes da pandemia, 38,2% dos entregadores trabalhavam até oito horas por dia; 54,1%, entre nove e 14 horas; e 7,8%, mais de 15 horas.

Durante a quarentena, 43,3% trabalhavam até oito horas diárias; e 56,7%, por mais de nove horas. Além disso, 78,1% faziam entregas em seis ou sete dias da semana. Foram entrevistadas 298 pessoas em 29 cidades por meio de um questionário online. Segundo a pesquisa, cerca de metade recebia até R$ 520 por semana antes da pandemia. Depois, 71,9% declararam receber até R$ 520, e 83,7%, até R$ 650.

Paralisação em SP e RJ

Em protesto contra o aumento da taxa mínima de entrega de R$ 5 para R$ 10 num momento de alta dos combustíveis, entregadores de diversas empresas de entrega por aplicativos estão paralisados em cidades do interior de São Paulo e do Rio de Janeiro. O movimento começou no feriado de 12 de outubro.

Segundo o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de setembro, a gasolina já aumentou 39,60% em 12 meses. Em setembro, a média nacional do botijão de 13 kg do GLP chegou a R$ 98,70. Esse é o maior valor médio real da série histórica da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), iniciada em 2001.

Em nota, a Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia, que representa empresas de delivery como iFood, 99 Food e Uber Eats, afirmou que as empresas associadas estão abertas ao diálogo e trabalham para ajudar os entregadores parceiros na geração de renda. "Nesse sentido, estão atentas à realidade dos diversos perfis de entregadores parceiros e reafirmam seu compromisso em dialogar de forma transparente e colaborativa", declarou.

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Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do publicado na primeira versão deste texto, o volume de pedidos dobrou por causa do isolamento social. A informação foi corrigida.