Bolsonaro aposta em PEC dos Precatórios contra desaprovação, diz professor
A pressão de Jair Bolsonaro (sem partido) para a votação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos Precatórios tem como objetivo final os recursos para viabilizar o Auxilio Brasil e, dessa forma, reverter a impopularidade do presidente antes do fim do ano. A avaliação é do cientista político e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie Rodrigo Prando.
Em entrevista ao UOL News, ele afirmou que uma eventual aprovação da PEC será um "subterfúgio retórico" para romper o teto dos gastos. Hoje, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), anunciou que o texto deve ser votado, em plenário, na quarta-feira (27).
Prando destacou que, nas eleições de 2018, Bolsonaro atacava o Bolsa Família, dizendo que o benefício "acomodava" os mais pobres. Porém, agora, a situação mudou.
"No início da pandemia, ele percebeu, ao dar o auxílio emergencial, como melhorou sua popularidade", disse o professor. "Bolsonaro está apostando todas as suas fichas que, com o dinheiro no ano que vem, vai conseguir reverter esses números de desaprovação."
A PEC dos Precatórios passou por comissão especial da Câmara na semana passada. O projeto prevê espaço fiscal de pelo menos R$ 83 bilhões para o governo em 2022, furando o teto de gastos, e viabiliza o financiamento do Auxílio Brasil de R$ 400.
A aposta do presidente da República no novo benefício social é reflexo da percepção de que ele pode não chegar ao segundo turno das eleições de 2022, explicou Prando.
"Há alguns meses, [pesquisas mostravam que] o presidente Bolsonaro chegaria ao segundo turno e ganharia de todos os adversários. Hoje, potencialmente ele pode chegar ao segundo turno, mas seria derrotado por quase todos os seus adversários, inclusive, tendo a possibilidade de não chegar no segundo turno, sendo derrotado no primeiro por Lula", disse.
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