Mulher que ostenta luxo nas redes é presa suspeita de golpes bancários
Mariana Ribeiro Colonose, apontada pela Polícia Civil como uma das principais operadoras de uma quadrilha especializada em fraudes bancárias, ostentava uma vida de luxo nas redes sociais incompatível com seus rendimentos, segundo decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que determinou a prisão preventiva do grupo.
Mariana não tem vínculo empregatício ou participação societária que justifiquem o estilo de vida: passeios de lancha, viagens e hospedagens de alto padrão, conforme imagens obtidas durante a investigação policial.
A suspeita e mais mais 14 pessoas formam "o que se pode chamar de núcleo duro da organização criminosa", diz um trecho da decisão do juiz Marcello Rubioli, da 1ª Vara Criminal Especializada. O UOL procurou os advogados dos investigados listados no processo, mas ainda não obteve retorno.
Ao todo, nove pessoas foram presas ontem durante a operação "Veritas", da Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e Lavagem de Dinheiro. A polícia estima que a quadrilha tenha movimentado ao menos R$ 13 milhões em menos de um ano, interceptando e compensando cheques, clonando cartões de crédito e debitando valores em máquinas de débito de empresas de fachadas.
De acordo com as investigações, funcionários de bancos que integravam o grupo facilitavam as transações ilegais.
Na conta de Mariana foram verificados depósitos bancários frequentes e a suspeita é que ela ajudava na lavagem do dinheiro.
Na decisão, a Justiça determinou ainda o sequestro de bens móveis e imóveis, além do bloqueio de contas dos envolvidos e expediu também mais um mandado de prisão domiciliar contra uma ex-companheira de Eduardo da Costa Ferreira, apontado como líder do grupo.
"Há provas que apontam que Nathália conhece todo o atuar do grupo criminoso e do pai de seu filho, conhecendo seus rendimentos ilícitos, patrimônio, e no presente momento cautelar a sua liberdade poderá indicar a possibilidade de tentativa de desfazimento de ativos financeiros eventualmente não arrecadados pela Polícia Civil no dia da operação de busca e apreensão, ou eventuais contas bancárias de Eduardo que estejam em nome de terceiros e não possam ser bloqueadas a tempo", alegou o juiz.
Como atuava a quadrilha
O grupo tinha dois modus operandi. Um deles consistia em fraudes com a utilização de cheques de clientes. Os talões eram desviados; o número de telefone dos clientes eram clonados para confirmar as transações; as assinaturas eram falsificadas e os recursos eram depositados nas contas dos integrantes. Além disso, a quadrilha utilizava ainda cartões de crédito clonados, que eram utilizados em máquinas de propriedade da quadrilha e em favor de empresas de fachada ligadas aos suspeitos.
Nos dois casos, gerentes e funcionários de instituições financeiras foram cooptados para integrar a organização criminosa. Foi verificada também a atuação de funcionários públicos da área de segurança pública do Rio, atuando como braço armado da organização e para buscar informações oficiais de eventuais "alvos" da ação criminosa.
Eduardo da Costa Ferreira, o Frango, apontado como o chefe da quadrilha, foi preso em casa, em Camboinhas, em Niterói, na região metropolitana do Rio. Um sargento da Polícia Militar também foi preso.
No ano passado, uma vítima relatou à polícia de Minas Gerais uma compensação fraudulenta de quase R$ 500 mil da sua conta. Recursos de pessoas já falecidas também eram alvo da quadrilha.
Segundo o delegado Gabriel Poiava, as investigações duraram um ano e mais de 30 pessoas foram identificadas.
"Essa investigação começou no ano passado, depois que tivemos informações que uma organização criminosa, voltada especialmente para crimes de fraudes bancárias estaria cometendo outros delitos de lavagem de dinheiro, fazendo uso de empresas de fachadas, fazendo uso de contas de terceiro como laranjas para ocultar patrimônio e aquisição de bens de alto valor. Aí, conseguimos agora identificar mais 30 personagens. Foram expedidos 15 mandados, sendo mais 17 de busca e apreensão. O objetivo além das prisões é identificar e recuperar esses ativos", disse Poiava.
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