BC prevê permitir uso do Pix sem internet e em operações internacionais
O Pix, sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central, completa um ano hoje com 7 bilhões de transações feitas, 104,4 milhões de usuários até outubro de 2021 e já com novas funcionalidades previstas para o futuro — entre elas, a possibilidade de fazer pagamentos mesmo sem conectividade com a internet e operações internacionais.
A novidade foi anunciada pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto, em vídeo gravado para o evento "(R)evolução Pix - 1 ano". Na ocasião, ele também avaliou que o Pix ainda "não atingiu todo seu potencial", destacando que o uso de QR Code, por exemplo, ainda depende de melhor assimilação da tecnologia por usuários.
"A realidade superou as expectativas. O uso do Pix aumenta mês após mês. A velocidade de adoção é a mais rápida do mundo", disse Campos Neto, ressaltando que o sistema também já superou meios de pagamento tradicionais, como TED, DOC e boleto, em número de transações.
Veja números do Pix neste último ano:
- 7 bilhões de transações feitas até outubro de 2021, somando R$ 4 trilhões;
- Recorde diário de transações foi registrado em 5 de novembro de 2021: 50.045.289;
- 348,1 milhões de chaves Pix cadastradas até outubro de 2021;
- 762 instituições cadastradas até outubro de 2021 + 87 em processo de adesão. Participantes incluem bancos tradicionais e digitais, cooperativas, instituições de pagamento e fintechs;
- 104,4 milhões de pessoas já usaram Pix para pagar ou receber dinheiro até outubro de 2021. Número equivale a 62,4% da população acima de 18 anos.
Novidades para 2021
Até o final deste ano, o BC ainda prevê implementar algumas melhorias e mais mecanismos de segurança, de forma a evitar golpes. Entre as novidades, estão a cobrança com vencimento, que possibilita ao usuário delimitar um prazo para receber uma dívida, e a oferta de agendamento, que obriga as instituições a permitirem que as pessoas programem pagamentos via Pix.
O Pix ainda não atingiu todo o seu potencial. Há novas funcionalidades previstas para os próximos anos.
Roberto Campos Neto, presidente do BC
As funcionalidades Pix Saque e Pix Troco, anunciadas em setembro pelo BC, estarão disponíveis já neste mês, a partir de 29 de novembro. Funcionarão assim:
- Pix Saque: o cliente faz uma transferência via Pix para um estabelecimento comercial -- como padarias e supermercados, por exemplo --, em dinâmica similar a de um Pix normal, a partir da leitura de um QR Code. Daí, a loja repassa o valor integral em dinheiro para o cliente;
- Pix Troco: o cliente paga uma compra com Pix, mas transferindo um valor superior ao das mercadorias ou serviços. O estabelecimento, então, devolve em dinheiro o valor excedido -- como um troco.
Ferramenta de "inclusão"
João Manoel Pinho de Mello, diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do BC, também destacou o papel social do Pix, já que 45,6 milhões de pessoas foram incluídas no universo de meios de pagamento digitais com o sistema.
Além disso, o crescimento do Pix é proporcionalmente maior entre as classes mais baixas, ainda segundo Mello. Em todas as segmentações de renda, houve avanço de 52% no número de usuários de março a outubro de 2021; entre os de baixa renda, porém, esse aumento foi de 131%.
Outro dado citado pelo diretor do BC foi o contingente de pessoas que usam o sistema no Cadastro Único (35%) e no Bolsa Família (25%). "É inclusão na veia."
Já Maurício Moura, diretor de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta do BC, classificou o Pix como uma "política pública".
O objetivo do Banco Central não é fazer o IPO [sigla em inglês para "oferta pública inicial" de ações] do Pix, abrir o capital na Bolsa. É uma política pública de eficiência e inclusão para todos os brasileiros.
Maurício Moura, diretor do BC
"Adoção mais rápida do mundo"
No mundo, apenas Dinamarca e Suécia têm mais transações por sistemas de pagamentos instantâneos por habitante do que o Brasil, segundo João Manoel Pinho de Mello, diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do BC.
Dois países escandinavos [Dinamarca e Suécia] que adotaram sistema de pagamentos instantâneos, um há quase cinco anos e o outro há sete anos. A Escandinávia é um local usado como força de adoção de pagamentos instantâneos.
João Manoel Pinho de Mello, diretor do BC
Ainda de acordo com Mello, a velocidade de adoção do Pix "foi a mais rápida do mundo". O BC não tinha uma meta quantitativa na época do lançamento do Pix, mas o sistema brasileiro superou, no período de um ano, a quantidade de transações per capita do Chile — que, até então, era o país que tinha velocidade de adoção mais rápida da ferramenta.
(Com Estadão Conteúdo e Reuters)
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