86% do setor de construção afastou funcionários de obras por covid ou gripe
A principal consequência da pandemia e de novos casos de gripe observada no setor de construção no Brasil foi o afastamento de funcionários dos canteiros de obra. É o que mostra pesquisa da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) divulgada hoje. Segundo o estudo, esse tipo de afastamento representa 86% das 482 empresas consultadas.
O levantamento, que também tem apoio do Sesi (Serviço Social da Indústria) e da CPRT (Comissão de Política de Relações Trabalhistas), registrou ainda 68% de afastamentos no escritório por infecção e 32% para pedidos de trabalho em home office. A pesquisa ressalta que a somatória das respostas é superior a 100% por se tratar de relatos de ocorrência para mais de uma opção.
O estado de São Paulo lidera a presença dessas empresas impactadas com 13,69%, seguido por Paraná (11,41%) e Minas Gerais (10,58%). Esses negócios estão principalmente no Sudeste (30,50%), Sul (24,27%), Nordeste (22,82%), Centro-oeste (11,41%) e Norte (11%).
A pesquisa ainda mostra que 59,54% das empresas consultadas afirmaram que o afastamento dos trabalhadores afetou os cronogramas de obras, enquanto 40,46% respondeu o contrário.
Covid ou gripe?
De acordo com o estudo, foram identificados casos de covid-19 e influenza (gripe) em 43,36% das empresas consultadas nos últimos 30 dias; 30,08% em relação a infecções pelo novo coronavírus nesse mesmo período, 10,58% para casos apenas de influenza nos últimos 30 dias e 15,98% não identificou nem uma doença nem outra nos últimos 30 dias.
Um percentual de 80,08% das empresas do setor no país respondeu que a nova onda de covid-19 e influenza está impactando os negócios desde o fim do ano passado. Outros 19,92% responderam "não".
Do total de empresas consultadas pela pesquisa, 74,90% dizem que de 1% a 25% do total dos trabalhadores foram afastados em relação ao total de funcionários; 12,03% para 26% a 50% do total de trabalhadores; 11,41% dizem que não houve afastamentos; 1,04% de 51% a 75% do total; e 0,62% de 75% a 100%.
Ainda segundo o estudo, 58,30% das empresas fornecem ou exigem testes de covid-19 para seus trabalhadores, enquanto 41,70% não o fazem. Já a cobrança pela vacinação completa é feita em 51,24% das empresas consultadas, enquanto 48,76% não exigem imunização contra a covid-19.
Tipo de obra
A pesquisa também analisou o impacto em relação ao tipo de obra. A construção civil aparece com 75,93%, seguida por infraestrutura (9,13%), obras industriais (7,26%) e serviços especializados (7,68%).
A maioria dessas empresas consultadas, 46,47%, tem de 1 a 50 funcionários. Os negócios com 51 a 100 aparecem no estudo com 17,01%; 101 a 500 com 25,73%; de 501 a 1000 5,02%; e acima de 1000, 4,77%.
O levantamento foi realizado entre 14 e 21 deste mês.
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