Lula: Mercado fica nervoso, mas vamos 'abrasileirar' preço da gasolina
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou hoje que irá "abrasileirar" o preço do petróleo, caso seja eleito para presidente em 2022.
"Sei que o mercado fica nervoso quando eu falo, mas vamos 'abrasileirar' o preço da gasolina. O preço vai ser brasileiro porque investimento é feito em real", disse em entrevista à rádio Progresso.
Lula criticou a atual política de preços da Petrobras, que segue o valor do barril no mercado internacional.
"O custo do barril do pré-sal equivale ao da Arábia Saudita. Como o Brasil é autossuficiente, não precisa seguir o preço internacional. Hoje, 432 empresas importam gasolina dos Estados Unidos em dólar. E quem paga mais caro? O povo, o caminhoneiro, o preço no custo dos alimentos", analisou.
É a segunda vez que o ex-presidente diz que não manterá, caso seja eleito, os preços vinculados ao mercado internacional em entrevista à Rede de Rádios do Paraná (RDR) no começo deste mês.
Na mesma entrevista, o ex-presidente disse que não é a favor da estatização em todos os setores da economia, mas defendeu que algumas empresas estratégicas precisam ter participação do Estado, nem que seja no formato de economia mista.
Lula afirmou que pretende fortalecer empresas estatais como a Eletrobrás e os Correios, que estão em processo de privatização pelo atual governo, além da Petrobras.
Política de paridade de preços
A política de preços da Petrobras, adotada em 2016, prevê que o valor cobrado por combustíveis como gasolina e diesel, derivados do petróleo, seja atrelado ao mercado internacional, em dólar. Por isso, oscilações no exterior acabam tendo impacto para o consumidor brasileiro.
No começo deste ano, o preço do petróleo atingiu a máxima em sete anos, impulsionado por perturbações na oferta, tensões geopolíticas e aumento da demanda.
Críticos da paridade internacional alegam que ela aumenta o lucro dos acionistas às custas do consumidor, que no fim paga pela alta do dólar e do petróleo. Defensores do PPI afirmam que essa é a melhor maneira de atrair investimentos, garantir o abastecimento e estimular a concorrência.
Em 2021, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial no país, fechou 2021 a 10,06%, sob forte influência dos preços dos combustíveis. Esse é o maior nível para um ano desde 2015, quando foi de 10,67%. Em 2020, a inflação foi de 4,52%.
*Com informações da Agência Reuters.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.