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PF investiga grupo que fraudou R$ 1 milhão do auxílio emergencial

12.abr.2021 - Governo federal libera pagamento do auxílio emergencial para mais 236 mil famílias - Arthur Souza/Photopress/Estadão Conteúdo
12.abr.2021 - Governo federal libera pagamento do auxílio emergencial para mais 236 mil famílias Imagem: Arthur Souza/Photopress/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

21/03/2022 08h20Atualizada em 21/03/2022 13h13

A Polícia Federal deflagrou hoje a Operação Decipit contra um grupo acusado de usar dados de terceiros para fraudar o auxílio emergencial. Segundo a investigação, o prejuízo pode chegar a R$ 1 milhão.

A polícia diz que quadrilha listava o nome de pessoas que não votaram nas últimas três eleições —os dados estão disponíveis nos sites dos Tribunais Regionais Eleitorais —e captavam informações pessoais em sites privados de bancos de dados.

Em seguida, eles faziam um cadastro no portal gov.br (um site de serviços para o cidadão) e o pedido indevido para o recebimento do auxílio emergencial no aplicativo Caixa Tem.

A PF diz que o grupo criminoso realizava diferentes fraudes para dar aparência verdadeira ao cadastro. Dentre elas, o cadastramento de chips de telefonia no nome dos falsos beneficiários e a produção de documentos falsos. O líder da quadrilha um dos maiores falsificadores de documentos do Brasil (veja abaixo).

Na manhã de hoje, agentes cumpriram oito mandados de busca e apreensão, nos municípios de Angra dos Reis (RJ), Rio de Janeiro (RJ), Barueri (SP) e Carapicuíba (SP). Os mandados foram expedidos pela 4ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.

O nome da operação "Decipit", em latim, significa enganador.

Líder do grupo é um dos maiores falsificadores do Brasil, diz PF

A Polícia Federal informou que o líder da quadrilha é um dos maiores falsificadores de documentos do Brasil. Ele foi preso hoje, em flagrante, por falsificação de documento, no bairro Santíssimo, no Rio de Janeiro.

Ele já havia sido preso em 2016 pela Polícia Civil do Paraná pelos crimes de estelionato e falsificação de Documentos e foi detido novamente em novembro de 2020, no âmbito das investigações da Operação Decipit, mas a prisão foi convertida em uso de tornozeleira eletrônica.

"As apurações indicam que mesmo com o líder nesta condição, a quadrilha continua atuando e recebendo indevidamente benefícios de Auxílio Emergencial", afirmou a Polícia Federal.

Além do líder da organização, outros dois investigados também foram presos em flagrante. Os três estavam na fábrica de falsificação na manhã de hoje. Um quarto investigado foi preso por posse ilegal de arma de fogo e uso de documento falso em Angra dos Reis.

Eles podem responder pelos crimes de estelionato qualificado pela fraude eletrônica, falsificação de documento público e organização criminosa. Somadas, as penas ultrapassam 20 anos de prisão.