Arrecadação de ICMS sobre petróleo e combustíveis bate recorde em 2022
A arrecadação do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre petróleo e combustíveis bateu recorde nos quatro primeiros meses de 2022, segundo dados preliminares do Boletim de Arrecadação de Tributos Estaduais do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária).
Entre janeiro e abril de 2022, a arrecadação de ICMS foi de R$ 34,3 bilhões —o recorde foi atingido embora 18 estados, e o Distrito Federal, não tenham atualizado as informações referentes ao mês de abril.
O número é o maior desde o início da série histórica do Confaz, em 1999. O Conselho é composto por representantes do Ministério da Economia, incluindo o ministro Paulo Guedes, e pelos secretários estaduais da Fazenda.
A arrecadação do ICMS de 2022 está relacionada com o aumento do preço do petróleo e dos combustíveis em 2021. Segundo dados da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), divulgados em 1º de abril, o preço do diesel disparou 55,1% em um ano, enquanto a gasolina subiu 31,4% e o diesel, 55,1%.
Nesta semana, a Petrobras anunciou novo aumento do preço do diesel, que sofrerá um reajuste de 8,87% nas refinarias. Isso significa que o valor do combustível para distribuidoras passará de R$ 4,51 para R$ 4,91 por litro.
O valor de arrecadação de ICMS em 2022 representa um crescimento de 12,9% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando a mesma arrecadação foi R$ 30,4 bilhões.
Veja a arrecadação do ICMS entre os meses de janeiro e abril nos últimos dez anos:
- 2022: 34,3 bilhões
- 2021: 30,4 bilhões
- 2020: 27,9 bilhões
- 2019: 28,8 bilhões
- 2018: 27,0 bilhões
- 2017: 25,0 bilhões
- 2016: 25,0 bilhões
- 2015: 22,0 bilhões
- 2014: 21,2 bilhões
- 2013: 19,2 bilhões
- 2012: 16,9 bilhões
Congresso e Confaz discutem por alíquota única do ICMS
Em março deste ano, em uma tentativa de reverter o aumento no preço dos combustíveis, o Congresso Nacional aprovou um projeto de lei que altera a cobrança do ICMS sobre combustíveis, fixando uma alíquota única. A lei, que foi sancionada logo em seguida, também zera as alíquotas de PIS/Cofins sobre diesel e gás até o fim do ano.
Pouco depois, o Confaz fixou a alíquota única do ICMS em R$ 1,006 por litro, valor superior ao que é aplicado pela maior parte dos estados. Também foi aprovada uma política de incentivo fiscal para manter a arrecadação e evitar que recaíssem ainda mais aumentos sobre o consumidor.
Mas a decisão do Confaz irritou parlamentares, como o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e integrantes do Ministério da Economia. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), então enviou um ofício ao Confaz e ao ministro da Economia pedindo que a alíquota fosse reavaliada.
Na semana passada, o Ministério da Economia divulgou uma nota afirmando que a alíquota proposta pelo Confaz esvazia a lei aprovada pelo Congresso. Agora, Pacheco diz que vai conversar com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e secretários estaduais para tentar aprovar medidas que resultem na redução do preço dos combustíveis.
O governo federal tem entrado em embates com os governos estaduais em função dos preços dos combustíveis. Enquanto o presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados acusam os governadores de serem os responsáveis pelo aumento em função do ICMS ser um imposto com valor definido pelos estados, estes questionam a política de preços da Petrobras.
O ICMS de fato compõe o preço dos combustíveis. No entanto, dados oficiais mostram que o fator que mais pesou para o aumento do preço foram os reajustes feitos pela Petrobras.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.