Governo sobe previsão para a inflação, a 7,9%, e estima alta de 1,5% no PIB
A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia aumentou hoje a previsão para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), o índice oficial da inflação no país. O governo prevê encerrar o ano com acumulado de 7,9%. No último boletim, divulgado em março, a previsão era de 6,5%. Para 2023, o patamar subiu de 3,25% para 3,6%.
Apesar da revisão, a pasta se mantém mais otimista que o mercado. Pesquisa feita pela XP com investidores institucionais, por exemplo, mostrou na terça-feira que a expectativa para o IPCA está em 8,8% para 2022 e 4,5% em 2023.
A meta do Banco Central para a inflação neste ano é de 3,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Ou seja, variando entre 2% e 5%.
Na semana passada, o IBGE divulgou (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) os dados referentes ao mês de abril. A inflação foi a maior para o mês em 26 anos, desde 1996. Até agora, o índice acumula alta de 4,29% em 2022. Em 12 meses, chega a 12,13%.
Projeção para o PIB se mantém em alta de 1,5%
Em relação ao PIB (Produto Interno Bruto), foi mantida a estimativa do governo de uma alta de 1,5% este ano. Para 2023, a projeção seguiu em 2,5%.
As estimativas fazem parte do boletim usado como base para os cálculos do relatório bimestral de receitas e despesas, a ser divulgado na sexta-feira, que avalia o cumprimento da meta fiscal e do teto de gastos.
No documento distribuído nesta quinta, a SPE afirmou que o mercado vem melhorando projeções para o PIB, impulsionado pela retomada do setor de serviços e ampliação de investimentos. A pasta destacou que analistas também têm previsto situação melhor para a dívida pública.
A secretaria ponderou que riscos externos devem ser monitorados, sobretudo a guerra na Ucrânia e seus impactos nas cadeias globais de valor.
"Nesse contexto adverso, houve uma revisão das taxas de crescimento dos países desenvolvidos e emergentes", disse.
As avaliações do mercado têm melhorado para o PIB de 2022, com convergência à estimativa do governo. Analistas apontam que a demanda no país foi auxiliada pelo aumento das transferências de renda aos mais pobres por meio do Auxílio Brasil. Além disso, o mercado de trabalho deu sinais de força e a pandemia perdeu intensidade.
Ao mesmo tempo, as expectativas de mercado para 2023 se deterioraram, com a avaliação de que o aperto monetário agressivo conduzido pelo Banco Central para controlar a inflação deve afetar a atividade a partir do segundo semestre deste ano.
A autoridade monetária colocou a taxa básica de juros em 12,75% ao ano em sua última reunião, já sinalizando outro provável aumento para junho, em uma escalada em relação à taxa mínima recorde de 2% vigente em março de 2021.
Goldman Sachs e Credit Suisse agora veem o PIB brasileiro subindo 1,25% e 1,4% neste ano, respectivamente, contra projeções anteriores de 0,6% e 0,2%. Para 2023, o Goldman Sachs piorou sua previsão de 1,2% para 0,9%, enquanto o Credit Suisse revisou sua estimativa de 2,1% para 0,9%.
*Com Reuters
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