Comitê da Petrobras decidirá indicação de novo presidente na sexta-feira
O Comitê de Elegibilidade da Petrobras informou hoje que avaliará na sexta-feira (24) se o comunicador Caio Mário Paes de Andrade pode ou não se tornar presidente da estatal. A decisão será tomada em reunião com integrantes dos conselhos de Administração e de Pessoas da companhia. O comunicado ocorreu depois de a empresa ter recebido na tarde de hoje os dossiês necessários para analisar a legitimidade da candidatura dele, que foi indicado pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).
O Ministério de Minas e Energia confirmou o nome de Caio no início deste mês. O processo tem sido considerado lento pelo governo federal, que tem pressa para mudar o comando da empresa em meio à uma crise travada com a cúpula da estatal, provocada pelo aumento no preço dos combustíveis anunciado na sexta-feira (17), quando a empresa reajustou o valor da gasolina em 5,2% e o do diesel em 14,2%.
A troca no comando da Petrobras foi decidida no fim de maio. Andrade é o atual secretário especial Desburocratização, Gestão e Governo Digital, ligado ao Ministério da Economia de Paulo Guedes, e responsável pela plataforma do governo (gov.br). Ele também integra os conselhos de administração da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).
Essa é a terceira troca na chefia da Petrobras durante o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL). A empresa já foi presidida também por Roberto Castello Branco e pelo general Joaquim Silva e Luna.
Mudança no conselho de administração
Na noite desta terça-feira (21), o Ministério de Minas e Energia também informou que ajustou a relação de indicados da União para compor o conselho administrativo da Petrobras. "Foram apenas retirados os nomes dos candidatos representantes dos acionistas minoritários, permanecendo as demais indicações propostas anteriormente pela União", afirma a pasta em nota.
Na relação de nomes apontados pela pasta estão o de Caio Mario Paes de Andrade para ocupar o cargo de presidente da petroleira, Gileno Gurjão Barreto para presidente do conselho administrativo, entre outros. Atualmente, o governo federal detém 36,6% do capital total da companhia e é o maior acionista da Petrobras, o que garante a posição de sócio controlador, além de estar entre os maiores beneficiários dos resultados financeiros da petroleira.
Na segunda-feira (20) a União recebeu mais uma parcela, de R$ 8,8 bilhões, do lucro da estatal. A cifra faz parte de um total, já anunciado este ano, de R$ 32 bilhões em dividendos que serão pagos até julho ao governo de Jair Bolsonaro (PL). Leia abaixo os nomes dos indicados ao conselho de administração:
- Gileno Gurjão Barreto (Presidente do Conselho de Administração);
- Caio Mario Paes de Andrade (Presidente da Petrobras);
- Ricardo Soriano de Alencar;
- Edison Antonio Costa Britto Garcia;
- Jonathas Assunção Salvador Nery de Castro;
- Ieda Aparecida de Moura Gagni;
- Ruy Flaks Schneider; e
- Márcio Andrade Weber.
Sem experiência no setor
Caio Mario Paes de Andrade é formado em Comunicação Social pela Unip (Universidade Paulista). Segundo seu perfil no LinkedIn, ele fez pós-graduação em administração e gestão pela Universidade de Harvard (1992-1993), nos Estados Unidos. Porém, ele não tem experiência na área de petróleo e gás, e as regras de governança exigem experiência de 10 anos no setor.
Próximo ao senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho do presidente da República, Andrade tem avaliação positiva no governo pela implantação da plataforma gov.br. Em abril deste ano, Guedes defendeu a escolha de um nome para a estatal que trabalhe para desverticalizar a cadeia produtiva do mercado de combustíveis no país e privatizar a empresa.
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