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Bolsonaro diz que 'não adianta botar a faca no pescoço' para pedir aumento

Do UOL, em São Paulo

23/06/2022 13h50Atualizada em 23/06/2022 17h47

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou hoje que "não adianta botar a faca no pescoço" para que os servidores públicos tenham reajuste de salário ainda este ano e criticou a possibilidade de a categoria fazer greve.

"Me aponte onde tem dinheiro que eu dou agora o reajuste. A solução é fazer greve? (...) Não adianta botar a faca no pescoço. Não tem. É o filho que o pai está desempregado, pedir uma bicicleta no Natal... Não tem. Por mais que ele mereça", disse o chefe do Executivo em conversa com apoiadores na portaria do Palácio do Alvorada.

Em entrevista ao canal SBT no início do mês, Bolsonaro já havia sinalizado que havia possibilidade de o funcionalismo não ter reajuste este ano.

"Eu lamento. Pelo que tudo indica, não será possível dar nenhum reajuste para os servidores no corrente ano. Mas já está na legislação nossa, a LOA [Lei Orçamentária Anual], etc., de que para o ano que vem teremos reajustes e reestruturações", afirmou o presidente à época.

A Lei Orçamentária Anual é a peça elaborada pelo governo com o planejamento de quanto e onde a União vai gastar o dinheiro público federal no período de um ano. O texto é elaborado pelo Executivo com base no valor total arrecadado pelos impostos e precisa passar por aprovação do Congresso para que se torne lei.

Reajuste era discutido para todo o funcionalismo

No final de abril, Bolsonaro disse que queria dar reajuste de 5% a todo o funcionalismo público. A declaração foi feita em conversa informal antes de uma entrevista à Rádio Metrópole, de Cuiabá (MT), transmitida pelas redes sociais do presidente.

Na ocasião, o presidente afirmou que a medida custaria R$ 6,3 bilhões aos cofres públicos em 2022 e o reajuste já valeria a partir de julho.

"Qual é a sugestão aqui? Daria 5% para todo mundo e o topo de vocês chegaria no topo do agente da PF. É o que está sendo discutido agora", afirmou o presidente à época. Bolsonaro era "entrevistado" por um policial rodoviário federal, categoria que junto à Polícia Federal (PF) pleiteava uma reestruturação das carreiras para além dos 5% de aumento.

Antes dessa proposta, porém, a ideia do presidente era dar reajuste apenas a policiais federais, policiais rodoviários e agentes penitenciários, na expectativa de conter movimentos grevistas e alavancar sua popularidade nessas categorias para as eleições deste ano. Esses funcionários fazem parte da base mais fiel ao presidente.