Morre Lily Safra, uma das mulheres mais ricas do mundo, aos 87 anos
A bilionária Lily Safra, viúva do banqueiro Edmond Safra, morreu hoje em Genebra, na Suíça, aos 87 anos. A causa da morte não foi informada. O sepultamento ocorrerá na segunda-feira, às 10 horas, na cidade suíça.
Nascida em Porto Alegre (RS), em 1934, Lily tinha uma fortuna estimada em R$ 5 bilhões, segundo lista anual da revista Forbes. Foi casada por 23 anos com o banqueiro Edmond Safra —ele morreu em 1999, durante um incêndio em seu apartamento em Mônaco. O Banco Safra, no Brasil, foi fundado pelos irmãos de Edmond, que era dono, por sua vez, de instituições financeiras fora do país.
Lily também estava no imóvel, mas sobreviveu. Na ocasião, o caso alimentou teorias conspiratórias, mas o enfermeiro que cuidava do banqueiro foi considerado culpado pela morte.
Edmond foi o terceiro marido de Lily, com quem se casou em 1976. Antes, ela também foi casada com o empresário Alfredo Monteverde, fundador do Ponto Frio, encontrado morto em 1969 no próprio apartamento, com dois tiros. Então, a viúva herdou e assumiu os negócios da varejista.
Em 2009, Lily vendeu sua participação no Ponto Frio para o Grupo Pão de Açúcar (GPA) por R$ 824,5 milhões, o que ajudou a aumentar seu patrimônio. Em 2015, a viúva ganhou uma ação judicial contra o grupo por ter se sentido prejudicada na maneira como foi feito o pagamento pela venda. Na ocasião, a bilionária levou mais R$ 212 milhões em indenizações, além de juros e correções monetárias.
Lily é filha de imigrantes russos. Apesar de modestos, os pais não economizaram em sua educação. Desde cedo, aprendeu a falar inglês e francês. Gostava de se vestir com elegância e frequentar festas. Foi numa delas que conheceu o primeiro marido, o argentino Mario Cohen, com quem se casou aos 19 anos. Desse casamento, teve três filhos: Adriana, Eduardo e Claudio, que morreu em acidente de carro em 1989.
Em 2008, Lily participou do que até então foi a transação imobiliária mais cara do mundo, vendendo a mansão Vila Leopolda, em Côte d'Azur, sul da França, por US$ 1,2 bilhão a um bilionário russo. Em estilo belle époque, ocupa terreno de 80 mil metros quadrados, tem um jardim de oliveiras, além de limoeiros e laranjeiras. A brasileira recebeu o imóvel como herança, em 1999 - antes, a mansão era da família Agnelli, dona da Fiat.
Em 2012, a viúva realizou um leilão beneficente de suas joias, arrematando US$ 37,5 milhões com organização da grife Christie's. O dinheiro arrecadado seria utilizado na busca por cura para doenças raras, como a doença de Parkinson, da qual sofria Edmond Safra.
Apoio a instituições culturais e religiosas
Colecionadora de arte, Lily foi patrona de vários museus ao redor do mundo e, com seu dinheiro, construiu e sustentou dezenas de sinagogas e escolas em memória de Edmond Safra.
A bilionária também abraçou causas humanitárias, incluindo a construção de casas para crianças órfãs na Romênia; a construção do Acampamento do Vale do Rio Jordão para crianças com câncer em Israel; ajuda no estabelecimento da Vila da Juventude Agahozo-Shalom em Ruanda; a prestação de serviços de bem-estar para idosos em Odessa; e auxílio à Cruz Vermelha em seus esforços de socorro após desastres naturais em todo o mundo.
* Com informações da Agência Estado
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