Kennedy: Com auxílios, Bolsonaro ameaça décadas de estabilidade econômica
A promulgação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos Auxílios ameaça a estabilidade da economia brasileira, segundo a avaliação do colunista do UOL Kennedy Alencar. Em participação no UOL News, o jornalista disse que o presidente Jair Bolsonaro (PL) partiu para um "vale-tudo econômico" com o objetivo de vencer a eleição em outubro.
"Esse conjunto de medidas adotado é uma tentativa de um presidente ruim comprar a reeleição", disse Kennedy. "São quase três décadas de estabilidade econômica que o Bolsonaro ameaça com essa política dele."
O texto da proposta foi assinado hoje pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que sentava ao lado de Jair Bolsonaro, e pelo chefe da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
A promulgação é mais uma vitória para Bolsonaro, que aposta nessa PEC para melhorar o desempenho dele como candidato nas pesquisas eleitorais.
O texto prevê reajuste de R$ 400 para R$ 600 do Auxílio Brasil (anteriormente, Bolsa Família), aumento de R$ 53 para R$ 120 do vale-gás, criação de auxílio-caminhoneiro de R$ 1.000 e lançamento de um auxílio para taxistas, com custo de R$ 2 bilhões. As medidas valerão até o fim de 2022.
"Essa 'PEC das Bondades' joga por terra três décadas de consolidação de responsabilidade fiscal, fura o teto que ele [Bolsonaro] defendia e flexibiliza a legislação eleitoral", disse Kennedy.
"[Bolsonaro] tenta ter numa reeleição mais vantagem do que já tem, pois quem disputa a reeleição já tem um cargo muito vantajoso", completou.
O colunista acrescentou que não espera que a PEC tenha o efeito eleitoral desejado por Bolsonaro. "Mas, de alguma maneira, algum efeito terá para levá-lo ao segundo turno", concluiu.
Assista ao UOL News na íntegra:
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