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EUA: PIB encolhe 0,9% no 2º trimestre, e temor por recessão cresce

Yuriko Nakao/Reuters
Imagem: Yuriko Nakao/Reuters

Do UOL, em São Paulo

28/07/2022 10h05Atualizada em 28/07/2022 13h46

O PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos encolheu 0,9% no 2º trimestre de 2022, segundo o Escritório de Análises Econômicas (BEA, em inglês), órgão do Departamento do Comércio do país. No primeiro trimestre, a queda registrada foi de 1,6%, a primeira desde março de 2020, quando foi decretada a pandemia de covid-19.

Como este é o segundo trimestre seguido de queda de bens e serviços produzidos, cresce o temor por uma recessão na economia norte-americana. O mercado considera o status de recessão técnica, termo que não é utilizado pelo governo de Joe Biden, que rejeita, com outros dados econômicos, uma recessão no momento atual.

O Departamento do Comércio dos EUA informou também que o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) subiu à taxa anualizada de 7,1% entre abril e junho, replicando desempenho do primeiro trimestre. Já o núcleo do PCE, que desconsidera preços de alimentos e energia, avançou 4,4% no mesmo intervalo, após alta de 5,2% no trimestre anterior.

Ontem, o banco central dos EUA, conhecido pela sigla Fed, divulgou um aumento na taxa de juros de 0,75 ponto percentual. Foi a quarta vez neste ano que os EUA subiram os juros, e a tendência proposta pelo Comitê é a de que nas próximas reuniões a taxa deve aumentar ainda mais.

A contração do PIB reflete a queda nos investimentos das empresas e nas compras de casas pelas famílias, segundo o Departamento do Comércio. Da mesma forma, o governo federal, os estados e as administrações locais contiveram suas despesas. O consumo se manteve graças aos gastos no setor de serviços que, no entanto, teve que aumentar seus preços devido à inflação.

Recessão ou não?

Após a repercussão dos dados divulgados, Biden disse não estar surpreso com a desaceleração da economia estadunidense, mas argumentou que o país está "caminho certo" e fará transição a um modelo de crescimento mais sustentável.

"Após um crescimento econômico histórico - recuperando todos os empregos do setor privado perdidos durante a pandemia -, sabíamos que a economia desaceleraria à medida que o Fed atuasse na inflação", escreveu nas redes sociais.

"Nosso mercado de trabalho está forte, os gastos estão em alta e o desemprego está em queda. Temos resiliência para resistir à transição".

O presidente do Fed, Jerome Powell, disse ontem não acreditar que a economia dos Estados Unidos esteja em recessão. Ele avaliou que a grande robustez do mercado de trabalho americano, que teve uma taxa de desemprego de 3,6% durante quatro meses — uma situação de praticamente pleno emprego — será suficiente para convencer o público de que o país não está em recessão.

Além disso, Powell disse não acreditar que o PIB possa ser considerado um indicador muito confiável sobre se o país está em recessão, mas ressaltou que não cabe ao Fed determinar se esse é o caso.

A avaliação é similar à feita pela secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen. Em uma entrevista concedida no domingo, Yellen também utilizou dos números fortes de contratações e de gastos dos consumidores para argumentar que a economia não está contraindo.

As contratações nos EUA permaneceram robustas em junho, com 372.000 empregos criados e a taxa de desemprego mantendo-se em 3,6%. Foi o quarto mês consecutivo de abertura de vagas acima de 350.000.

"Esta não é uma economia que está em recessão", disse Yellen. "Mas estamos em um período de transição em que o crescimento está desacelerando e isso é necessário e apropriado"

*Com informações do Estadão Conteúdo, Reuters, AFP e EFE