Servidores do BC desmentem Bolsonaro no JN: 'Uso eleitoral do Pix'
Os servidores do Banco Central (BC) divulgaram uma nota, em nome do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), rebatendo o presidente Jair Bolsonaro (PL). Em entrevista, ontem, ao Jornal Nacional, o mandatário afirmou que seu governo liderou a criação do modo de pagamento Pix.
"O candidato Jair Bolsonaro em entrevista ontem ao Jornal Nacional disse que seu governo criou o Pix, o que não é verdade. Tal sistema de pagamento instantâneo foi criado e implementado pelos Analistas e Técnicos do Banco Central do Brasil - ou seja, POR SERVIDORES CONCURSADOS DE ESTADO, não pelo atual governante ou por qualquer outro governo.", afirmou o sindicato.
A nota também menciona propostas que poderiam ter atrasado a criação do Pix no Brasil. "Durante a pandemia da COVID-19, período em que os servidores do BC concluíram o projeto do Pix e o implementaram, o atual Governo ameaçou os servidores públicos com cortes de salários de 25% e redução das suas jornadas de trabalho (isso teria retardado a implementação do Pix em muitos meses!)".
O Sinal ainda ressaltou que o início do projeto do Pix aconteceu antes do mandato de Bolsonaro. Além disso, a portaria do Banco Central n. 97.909, que coordenou e instituiu o grupo responsável pelo pagamento instantâneo, foi publicada em 3 de maio de 2018, antes de o presidente ser eleito.
Em um discurso público em novembro de 2020, Bolsonaro declarou que o Pix era ligado à aviação civil, o que, segundo a nota, demonstrou a desinformação do presidente sobre o assunto.
O Sinal completou dizendo que é um sindicato imparcial, possui uma atuação apartidária e não vai permitir que candidatos tirem proveito do trabalho dos Analistas e Técnicos do BC em suas ações eleitorais: "Governos passam; os servidores concursados do Estado brasileiro permanecem."
O atual presidente e novamente candidato já tinha afirmado, outras vezes, que o seu governo foi responsável pela criação dos pagamentos instantâneos.
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