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Quantas horas eu preciso trabalhar para comprar uma cesta básica?

Brasileiro precisa trabalhar mais horas para comprar uma cesta básica do que há um ano - Getty Images/iStockphoto
Brasileiro precisa trabalhar mais horas para comprar uma cesta básica do que há um ano Imagem: Getty Images/iStockphoto

Gabriela Bulhões

Colaboração para o UOL, em São Paulo

11/09/2022 04h00

Você já fez as contas de quantas horas precisa trabalhar para comprar uma cesta básica? Caso receba um salário mínimo de R$ 1.212 e more na cidade de São Paulo, foi preciso passar 136 horas e 6 minutos trabalhando para conseguir comprar uma cesta básica em agosto. O valor é o suficiente para alimentar somente um adulto.

Se considerar o salário mínimo líquido em agosto, após o desconto de 7,5% da Previdência Social, esse trabalhador paulistano teve que comprometer 66,88% da sua remuneração para adquirir os produtos da cesta básica. Os dados são da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, feita pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), divulgada na semana passada. Em julho, esse percentual foi de 67,83%, enquanto em agosto de 2021, ficou em 63,93%.

São Paulo tem a cesta básica mais cara do país: São Paulo tem a cesta básica mais cara de todas as outras capitais do Brasil pesquisadas pelo Dieese, com o valor de R$ 749,78. Portanto, é preciso trabalhar ao menos 19 dias com uma carga horária de 7 horas diáriasa para conseguir comprar uma cesta básica, no caso de quem ganha salário mínimo.

E a inflação? Se a quantidade de horas é grande, a boa notícia é que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial do país, caiu 0,36% em agosto, conforme informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (9). A queda foi influenciada pela retração nos preços dos combustíveis.

É o menor índice para um mês de agosto nos últimos 24 anos, ou seja desde 1998. Em julho, a queda foi de 0,68%, quando a taxa atingiu o seu menor patamar desde o início da série histórica da pesquisa, em janeiro de 1980.