BC mantém juros a 13,75% ao ano, mesmo valor definido em agosto
O Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) decidiu hoje manter a taxa básica de juros da economia (Selic) em 13,75%, mesmo valor fixado na reunião passada, em agosto. A decisão não foi unânime.
Com a manutenção da taxa, se encerra a maior alta consecutiva neste ciclo de aperto monetário, que já é o mais longo da história do Copom. O movimento começou em março de 2021, quando a taxa foi de 2% para 2,75% ao ano. Desde então, o índice havia subido 11,75 pontos percentuais, no maior choque de juros desde 1999 —na época, o BC elevou a Selic em 20 pontos percentuais de uma só vez para tentar aliviar a crise cambial.
A maioria dos economistas apostava que a taxa ficaria em 13,75%, mas alguns consideravam aumento da Selic para 14% ao ano, como uma forma do BC sinalizar seu comprometimento com a meta da inflação e reforçar um discurso de que o banco está alerta às movimentações nacionais e internacionais.
Para a decisão, o comitê se baseou no ambiente externo "adverso e volátil, com contínuas revisões negativas para o crescimento das principais economias, em especial para a China" e o cenário da inflação "pressionado", "enquanto o processo de normalização da política monetária nos países avançados prossegue na direção de taxas restritivas".
O Comitê se manterá vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período suficientemente prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação. O Comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas. O Comitê enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado.
Nota do Copom sobre nova decisão
Em eventos na semana passada, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que a mensagem da última reunião do comitê seguia válida e que o colegiado avaliaria um possível novo aumento este mês.
Já o diretor de Política Monetária, Bruno Serra, defendeu que o BC já foi muito surpreendido neste ciclo de alta da Selic e que é preciso cautela no encerramento. Além disso, considerou inconsistente o cenário de mercado com previsões de rápida queda de juros concomitantes ao aumento de expectativas de inflação em 2024.
Conforme o Boletim Focus, a previsão para a Selic no fim de 2024 continuou em 8%, mesmo porcentual de um mês atrás. Já a mediana para o fim de 2025 foi mantida em 7,50%, repetindo a taxa de quatro semanas antes. Segundo o comitê, a decisão tomada hoje "reflete a incerteza ao redor de seus cenários e um balanço de riscos" e contribui para cumprir as metas de inflação para os próximos dois anos.
Selic nas últimas dez reuniões
- 21 de setembro de 2022: 13,75% ao ano
- 03 de agosto de 2022: 13,75% ao ano
- 15 de junho de 2022: 13,25% ao ano
- 04 de maio de 2022: 12,75% ao ano
- 16 de março de 2022: 11,75% ao ano
- 02 de fevereiro de 2022: 10,75% ao ano
- 08 de dezembro de 2021: 9,25% ao ano
- 27 de outubro de 2021: 7,75% ao ano
- 22 de setembro de 2021: 6,25% ao ano
- 4 de agosto de 2021: 5,25% ao ano
- 16 de junho de 2021: 4,25% ao ano
*Com informações de Estadão Conteúdo
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