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Huck critica furo do teto de gastos de Lula e endossa coro de economistas

Lula posa ao lado de Luciano Huck e outros artistas - Reprodução
Lula posa ao lado de Luciano Huck e outros artistas Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

17/11/2022 20h49

O apresentador e empresário Luciano Huck, que chegou a ser cotado como um dos candidatos à Presidência da República nas eleições deste ano, criticou hoje o furo do teto de gastos anunciado pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O movimento propõe deixar o Bolsa Família de fora do teto de gastos para viabilizar a manutenção de programas sociais e o cumprimento de promessas feitas por Lula durante a campanha eleitoral, como o aumento do salário mínimo acima da inflação, a partir de janeiro de 2023. Estimativas apontam que o plano do petista deve custar R$ 175 bilhões por ano.

"Um país com as contas em ordem ganha em investimentos, estabilidade, mobilidade social e garante aos mais pobres um Estado com serviços de melhor qualidade em educação, saúde, segurança e proteção social. Enxergo como Armínio Fraga, Pedro Malan e Edmar Bacha", ressaltou o apresentador da TV Globo.

A mensagem escrita por Huck foi uma reação à carta aberta publicada pelos economistas Armínio Fraga, Pedro Malan e Edmar Bacha, no jornal Folha de S.Paulo, após fala de Lula durante a COP27, no Egito. Na ocasião, Lula criticou o teto de gastos e as reações do mercado às suas declarações.

"A alta do dólar e a queda da Bolsa não são produto da ação de um grupo de especuladores mal-intencionados. A responsabilidade fiscal não é um obstáculo ao nobre anseio de responsabilidade social, para já ou o quanto antes. O teto de gastos não tira dinheiro da educação, da saúde, da cultura, para pagar juros a banqueiros gananciosos. Não é uma conspiração para desmontar a área social", escreveram os economistas, que haviam anunciado apoio a Lula nas eleições.

Huck —que chegou a cogitar a possibilidade de se candidatar nas eleições— testou possibilidades, contratou pesquisas e reuniu um grupo multidisciplinar para avaliar suas condições de disputar à Presidência e chegou a participar de debates com presidenciáveis, mas concluiu que não era hora e optou por continuar como apresentador da TV Globo.

Em outubro, emissários de Lula procuraram Luciano Huck, consultando sobre seu voto no segundo turno da disputa pelo Palácio do Planalto, mas ele cobrou, na ocasião, uma "âncora programática" e criticou a falta de propostas, de clareza e de sinalização sobre a equipe de um eventual governo. Nas reuniões, Huck deixou claro que tende para o petista, mas se diz contra "um movimento de adesão de graça, no escuro".