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Desemprego no Brasil cai para 8,1% em novembro, menor taxa desde 2015

Divulgação dos dados de emprego da Pnad atrasaras três meses por causa do Censo 2022 - ADRIANA TOFFETTI/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Divulgação dos dados de emprego da Pnad atrasaras três meses por causa do Censo 2022 Imagem: ADRIANA TOFFETTI/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

19/01/2023 09h04Atualizada em 19/01/2023 12h36

O número de 8,7 milhões de desempregados no trimestre encerrado em novembro é o menor desde junho de 2015. São 953 mil pessoas a menos em busca de emprego no país na comparação com o trimestre anterior. Os dados são da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), divulgada hoje pelo IBGE.

Números do emprego Brasil

  • A taxa de desemprego foi de 8,1% no trimestre de setembro a novembro, uma queda de 0,9 ponto percentual em relação aos três meses anteriores (8,9%). Trata-se da menor taxa desde abril de 2015.
  • A população ocupada chegou a 99,7 milhões e bateu novo recorde na série iniciada em 2012, com alta de 0,7% (mais 680 mil pessoas) ante o trimestre anterior.
  • A taxa de informalidade recuou de 39,7% para 38,9% da população ocupada

Embora o aumento da população ocupada venha ocorrendo em um ritmo menor do que o verificado nos trimestres anteriores, ele é significativo e contribui para a queda na desocupação." Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE

De acordo com a coordenadora da pesquisa, o resultado mostra o retrato de um movimento de recuperação do mercado desde 2021.

A partir desse momento, houve essa expansão da população ocupada, primeiramente dos trabalhadores informais e, depois, do emprego com carteira assinada nos mais diversos grupamentos de atividades, como comércio e indústria. Mais recentemente, também houve aumento nos serviços, que exercem um papel importante na recuperação da população ocupada no país."

Número de desalentados cai 4,8%

Segundo as estimativas do IBGE, as pessoas no grupo daqueles que desistiram de buscar um trabalho somaram 4,1 milhões, 203 mil a menos que no trimestre anterior.

A população fora da força de trabalho no mesmo período cresceu 1,0%, o que representa 660 mil pessoas a mais.

Já entre os que formam a força de trabalho potencial, houve uma redução de 454 mil pessoas (-5,8%). Essa categoria reúne aqueles que não estavam ocupados nem procuravam uma vaga no mercado, mas tinham potencial para se transformarem em força de trabalho.

Rendimento médio cresce 3%

O rendimento médio real foi estimado em R$ 2.787. Quando comparado ao mesmo trimestre do ano anterior, o crescimento foi de 7,1%. Apesar da recuperação, segue abaixo dos valores pré-pandemia. Em meados de 2020, era de R$ 3.013.

A massa de rendimento também cresceu nas duas comparações e chegou a R$ 273 bilhões, novamente atingindo um recorde na série histórica da pesquisa. Em relação ao trimestre anterior, o aumento foi de 3,8%, ou mais R$ 10,1 bilhões.

Pnad atrasou devido ao Censo

Essa foi a primeira vez que a Pnad foi divulgada desde novembro do ano passado. Embora as publicações dos dados pelo IBGE sejam mensais, o levantamento foi adiado para que o instituto focasse nos trabalhos de conclusão do Censo 2022.

Diferença entre Pnad e Caged

O governo federal também divulgou os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), que mostram quantas vagas o país abriu ou fechou. Os dados, porém, se referem apenas a contratos regidos pela CLT, e são as próprias empresas que preenchem as informações em um sistema próprio.

A Pnad do IBGE é mais ampla, e compreende o mercado de trabalho informal. O levantamento é feito com entrevistadores, que perguntam sobre a situação de trabalho de uma amostra da população.

Metodologia

A Pnad Contínua é o principal instrumento para monitoramento da força de trabalho no país. A amostra da pesquisa por trimestre no Brasil corresponde a 211 mil domicílios pesquisados. Cerca de dois mil entrevistadores trabalham na pesquisa, em 26 estados e no Distrito Federal.