Josué chama assembleia na Fiesp de 'clandestina': 'sofrerão consequências'
Presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Josué Gomes disse ter recebido com "surpresa" a notícia de que uma assembleia votou a favor de sua destituição essa semana.
Em nota (leia a íntegra abaixo), ele chamou a votação de "clandestina" e disse que "os responsáveis sofrerão consequências administrativas, trabalhistas e eventualmente em outras esferas" pela "ilegalidade dos atos praticados".
Tal atitude isolada, desproporcional, irresponsável, acaba por provocar riscos econômicos, jurídicos e trabalhistas em nossa entidade, o que deve ser formal e veementemente coibido, o que faço desde já nesta notificação, tornando sem efeito toda e qualquer deliberação tomada em minha ausência".
Josué Gomes sobre assembleia para sua destituição
Josué reforçou que é o "presidente regularmente eleito" e "que, até agora, frise-se, não se submeteu a uma acusação formal e específica" contra ele e chamou a votação de "clandestina".
Ontem, a própria entidade divulgou uma nota reforçando que Josué é o presidente da Fiesp.
Hoje à noite, um grupo de integrantes do Conselho Superior Jurídico, manifestou em carta seu apoio a Josué e "sua preocupação com as tentativas de sua deposição da presidência da Fiesp por alegações fúteis que parecem ocultar propósitos de mera disputa de poder".
Tensão política. Na segunda-feira (16), uma assembleia aprovou, por 47 votos a um, a destituição de Josué, com o registro de duas abstenções.
Ele foi questionado, sobretudo, a respeito da carta a favor da democracia em nome da Fiesp, publicada pouco antes do período eleitoral no ano passado. O manifesto foi interpretado por parte da entidade como um ato de apoio político ao presidente Lula (PT) e contra o então governo de Jair Bolsonaro (PL).
Josué é filho de José de Alencar, ex-vice-presidente de Lula.
Leia a nota de Josué na íntegra:
Prezados senhores,
Com absoluta surpresa recebi de alguns de nossos colaboradores e diretores a informação de que teria sido dado posse ao Diretor Elias Miguel Haddad como Presidente da Entidade, tudo isso em continuidade ao escuso propósito de destituir um Presidente regularmente eleito e com mandato em curso e que até agora, frise-se, não se submeteu a uma acusação formal e específica em Assembleia regularmente convocada para este fim, nos termos Estatutários.
Tal atitude isolada, desproporcional, irresponsável, acaba por provocar riscos econômicos, jurídicos e trabalhistas em nossa entidade, o que deve ser formal e veementemente coibido, o que faço desde já nesta notificação, tornando sem efeito toda e qualquer deliberação tomada em minha ausência.
O Estatuto da FIESP é o nosso Norte e deverá ser ele fielmente cumprido, lembrando que esta bússola cria causas e condições para cassação de mandato de um Diretor Eleito.
Enquanto isto não for realizado segundo as regras estatutárias, cumprirei minhas obrigações legais e estatutárias junto a nossa Entidade, prevenindo riscos e coibindo ilegalidades.
Não será uma assembleia clandestina, que sequer tinha itens para deliberar que colocará nossa Entidade em riscos econômicos, jurídicos e de credibilidade.
Comunico, portanto, que nenhum ato, incluindo eventual e abusiva demissão de funcionários, está autorizada por esta Presidência.
Advirto, outrossim, que os responsáveis sofrerão consequências administrativas, trabalhistas e eventualmente em outras esferas, servindo a presente notificação para ciência inequivoca da ilegalidade dos atos praticados nesta tarde, que comprovam a desabrida reiteração de atos ilícitos e a ambição de a qualquer modo ocupar indevidamente a Presidência.
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