Justiça autoriza acesso a e-mails de diretores das Americanas
O Tribunal de Justiça de São Paulo deu razão a uma ação movida pelo Banco Bradesco contra as Lojas Americanas.
À Justiça, o Bradesco afirmou ser credor de R$ 4,7 bilhões às Americanas e pediu autorização para a "produção antecipada de provas" contra a empresa — ou seja, antes que o Bradesco consolide uma ação indenizatória, por exemplo, ou cobre o dinheiro das Americanas.
O banco autor sustenta que é necessário identificar e demandar os agentes individuais que contribuíram para a consumação da fraude: os administradores, que participaram da elaboração das demonstrações financeiras adulteradas e os acionistas, que aprovaram referidos documentos financeiros" Trecho da decisão judicial
A juíza Andréa Galhardo Palma decidiu que deverão ser entregues e armazenados os e-mails dos seguintes interlocutores:
- Diretores das Americanas, dos atuais e dos que ocuparam tais cargos pelos últimos dez anos;
- Membros do Conselho de Administração e do Comitê de Auditoria das Americanas, dos atuais e dos que ocuparam tais cargos nos últimos dez anos;
- Funcionários da área de contabilidade e de finanças da companhia, dos atuais e dos que ocuparam tais cargos pelos últimos dez anos.
Também foram nomeadas as consultorias Ernst & Young Assessoria Empresarial e a especialista em investigações corporativas Patrícia Punder para realizar uma perícia nos e-mails, a fim de descartar possíveis fraudes e falsificações.
Ao analisar o pedido do Bradesco, a juíza ponderou que as Americanas contam com um Comitê Independente para avaliar como se chegou a um rombo contábil de R$ 20 bilhões, conforme anunciado pela própria empresa.
Mesmo assim, ela não descartou a possibilidade que indivíduos tentem ocultar possíveis provas:
"Diante da elevada possibilidade de responsabilização individual em diversas esferas (criminal, administrativa, cível) dos agentes envolvidos com a suposta fraude, não são improváveis os riscos de destruição ou inutilização de provas documentais como 'e-mails, ofícios, relatórios internos, etc'", argumentou.
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