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Dívidas das Americanas vão de R$ 1 com ex-funcionário a R$ 4,8 bi com banco

Foto da fachada de uma loja Americanas Express  - Edi Sousa/Ato Press/Agência O Globo
Foto da fachada de uma loja Americanas Express Imagem: Edi Sousa/Ato Press/Agência O Globo

Do UOL, em São Paulo

25/01/2023 14h04Atualizada em 25/01/2023 17h05

A lista de credores das Americanas divulgada nesta quarta-feira (25) revelou uma dívida de R$ 41,2 bilhões com 7.967 nomes, que vão de créditos trabalhistas a empresas multinacionais.

Para quem as Americanas devem

A lista entregue à 4ª Vara Comercial do Rio de Janeiro traz uma relação de bancos, instituições financeiras, fornecedores de serviços e produtos e ex-funcionários entre seus credores.

  • Matheus Carlos Silva de Oliveira tem R$ 1 de créditos trabalhistas para receber das Americanas.
  • A dívida das Americanas com o banco Bradesco é de R$ 4,8 bilhões.
  • Os débitos com a Nestlé, fabricante de chocolates como Kit Kat, e Mondelez, que faz o Bis, são de R$ 279 milhões e de R$ 97 milhões, respectivamente.
  • São quase R$ 27 milhões que a fabricante de balas Fini tem para receber da empresa.
  • As Americanas devem até para uma empresa do próprio grupo, a fintech Ame Digital: R$ 974,8 milhões.

O maior credor da lista é o Deutsche Bank, com R$ 5,22 bilhões a receber. O banco alemão, porém, informou que atua como agente fiduciário de dois títulos de dívida de US$ 500 milhões, cada, que a Americanas emitiu no exterior.

O Deutsche Bank não foi afetado [pela crise das Americanas], pois não tem empréstimo nem qualquer exposição de crédito junto à empresa.
Deutsche Bank, por comunicado

Ao todo, as dívidas das Americanas com seus credores chegam a R$ 41.231.076.111,35. Desse total, R$ 109.484.866,54 se referem a micro e pequenas empresas; R$ 64.842.121,99 são créditos trabalhistas e R$ 41.056.749.122,82 são quirografários (crédito sem garantia).

Dívidas com fabricante de Havaianas e loja de salgados

  • Os débitos das Americanas com a distribuidora norte-americana de produtos e serviços de tecnologia da informação Ingram Micro são de R$ 26,4 milhões.
  • O total que a Nadir Figueiredo, famosa pelos copos e potes de vidro, tem para receber é de R$ 52,1 milhões.
  • A dívida com a Alpargatas, fabricante do chinelo Havaianas, chega a R$ 5 milhões.
  • A rede Salgados Olga tem valores pendentes de R$ 243.
  • O Spotify tem valores a serem pagos pelas Americanas na ordem dos R$ 64,8 mil.

Os débitos das Americanas atingem cerca de 200 municípios brasileiros, entre eles: Mirassol, em São Paulo (R$ 13,24); São Carlos, em São Paulo (R$ 13,52); São Leopoldo, no Rio Grande do Sul (R$ 16,26); João Pinheiro, em Minas Gerais (R$ 16,75); e São Roque, em São Paulo (R$ 16,87).

Entenda a crise das Americanas

  • 11 de janeiro: o então presidente Sérgio Rial revelou um rombo de R$ 20 bilhões no balanço das Americanas e renunciou.
  • Segundo a empresa, menos de seis horas depois da divulgação do problema, credores já haviam cobrado o pagamento antecipado das dívidas, "fechando as portas para qualquer tipo de negociação".
  • 13 de janeiro: a Justiça do Rio de Janeiro deu 30 dias para que as Americanas decidissem se pediriam recuperação judicial, protegendo temporariamente a empresa dos credores.
  • Em paralelo, agências de classificação de risco rebaixaram a nota das Americanas. Na S&P, a varejista passou para "D", de "default" (calote).
  • 18 de janeiro: o BTG Pactual conseguiu na Justiça bloquear R$ 1,2 bilhão das Americanas. Outros bancos também iniciaram uma batalha jurídica contra a varejista.
  • 19 de janeiro: pela manhã, a empresa disse ter apenas R$ 800 milhões em caixa. À tarde, protocolou um pedido de recuperação judicial, declarando dívidas de R$ 43 bilhões com 16.300 credores.
  • A Justiça do Rio aceitou o pedido no mesmo dia, e determinou que os bancos Votorantim, Bradesco, Safra e Itaú sejam intimados a cumprir a liminar do dia 13, que protegia as Americanas.
  • 21 de janeiro: em comunicado aos consumidores, as Americanas negam que vão falir e dizem seguir operando "normalmente".