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Mercadante no BNDES é Lula reconhecendo erros do passado, diz economista

Colaboração para o UOL, em São Paulo

06/02/2023 10h13

Em entrevista ao UOL News nesta segunda, Zeina Latif, economista-chefe da XP Investimentos, analisou a escolha de Aloizio Mercadante como presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Ela vê a nomeação como um reconhecimento do presidente Lula dos erros cometidos em suas gestões anteriores.

Há o reconhecimento dos equívocos que começaram no governo Lula 2, com um ativismo excessivo do BNDES, que sufocou o crédito no setor privado com custo enorme para o Tesouro. É um passo importante, preferiria que algumas sinalizações não se repetissem e que abrem um precedente perigoso. Zeina Latif, economista

Questionada pelo colunista Josias de Souza se não há dubiedade sobre o que será feito do BNDES a partir dos discursos de Mercadante e de Lula, Zeina cobrou maior clareza do presidente ao tratar de assuntos técnicos de economia.

Temos visto esse padrão em outras frentes. São temas sobre os quais o presidente se manifesta e vão contra a sinalização do time econômico. Há muito ruído vindo do presidente. A falta de embasamento técnico nas colocações dele preocupa. Zeina Latif, economista

Josias: Difícil não é retirar garimpeiros, mas recolocá-los na legalidade

Para Josias de Souza, a retirada de garimpeiros ilegais da terra dos yanomamis cria um novo desafio para o governo Lula. São cerca de 20 mil pessoas que, caso não recebam o direcionamento, podem continuar a cometer crimes.

Graças ao instinto genocida do Bolsonaro, o governo anterior foi incapaz de resolver os problemas das comunidades indígenas. Mas revelou-se genial na organização da próxima confusão. A realidade já intima o novo governo lidar com uma nova encrenca. Difícil não é enviar garimpeiros ilegais para fora da área yanomami, mas recolocá-los dentro da legalidade. Josias de Souza, colunista do UOL

Jamil: Com bom histórico, gesto de Lula a Turquia pode reaproximar Erdogan

Jamil Chade vê o gesto de solidariedade de Lula à tragédia na Turquia e na Síria como uma possibilidade de reaproximação com o presidente Recep Tayyip Erdogan. O colunista explicou como situações de emergência podem se tornar um componente fundamental para a aproximação de dois países.

É óbvio que o centro é recuperar vidas, mas é muito claro que, em todos os momentos de desastres naturais, as diplomacias entre aliados ou de aqueles que buscam alianças com aquele país se apresentam para construir relações. Na política internacional, todo gesto tem um componente político e um contexto. Quando um país manda ajuda, mostra que também é um ator internacional. Jamil Chade, colunista do UOL

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