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Presidente do BC diz buscar bem-estar social para defender Selic de 13,75%

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central - Reprodução/TV Cultura
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central Imagem: Reprodução/TV Cultura

Do UOL, em São Paulo

13/02/2023 22h32Atualizada em 14/02/2023 09h18

Roberto Campos Neto disse que a instituição foca no bem-estar social ao explicar por que a taxa básica de juros do país está em 13,75%.

A nossa agenda toda do Banco Central é [pensando] no social. Então, a gente acredita que é possível fazer fiscal junto com o bem-estar social. Mas a gente acredita que é muito difícil ter bem-estar social e inflação descontrolada porque a inflação é um imposto que afeta muito a classe média baixa."
Roberto Campos Neto, em entrevista hoje ao Roda Viva, da TV Cultura

"A inflação gera uma diferença muito grande entre quem tem capacidade de proteger e quem não tem. Então, a gente entende que olhar para a inflação é olhar para o social também", completou Campos Neto, na sequência.

O resultado acumulado da inflação em 12 meses no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) foi de 5,77% até janeiro, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A meta da autoridade monetária para 2023 é de 3,25%.

  • O Banco Central é quem define a política monetária do país;
  • Campos Neto foi indicado ao cargo de presidente do BC em 2019, pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), antecessor de Lula (PT);
  • Ele é o primeiro no cargo após a lei que instituiu a autonomia política na autarquia federal, decretada em fevereiro de 2019;
  • O mecanismo determina mandato de quatro anos ao presidente do BC, sob argumento de blindá-lo de eventuais interferências políticas em medidas como os juros básicos; o de Campos vai até o final de 2024;
  • O atual patamar da Selic é considerado elevado por Lula.

PT apoiou convite a presidente do BC. Na semana passada, líderes petistas na Câmara decidiram apoiar um convite para que Campos Neto vá ao Congresso explicar a política de juros da instituição, em meio à escalada das críticas de Lula à atuação da autoridade monetária.

O pedido foi apresentado pelo líder do PSOL na Câmara, Guilherme Boulos (SP).

Pressão interna. Outras lideranças do partido de Lula, como a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, também criticam a atuação do BC e defendem que discutir a política monetária não pode ser tabu.

Mas tanto Gleisi quanto o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmaram que o governo não propõe revogar a autonomia da instituição, o que também foi rechaçado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e pelo do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Símbolo bolsonarista. Ao ser questionado sobre o voto com o uso da camisa da seleção, em um colégio eleitoral, em São Paulo, Campos Neto minimizou o episódio.

É óbvio que a gente está num sistema muito polarizado. Eu acho que está todo mundo aprendendo. A autonomia do Banco Central é nova. Eu vim indicado por um governo. Também estou aprendendo. Mas é importante enfatizar: esse governo é de coalizão. Há pessoas que estão no governo e votaram contra o governo no passado, que vieram de outros lugares. Acho que agora é hora de a gente se unir, fazer um projeto pelo país e esquecer dessas coisas pequenas.
Roberto Campos Neto

(Com Estadão Conteúdo e Deutsche Welle)

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Errata: este conteúdo foi atualizado
O Banco Central define a política monetária do país, e não a política fiscal.