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Lula diz que regra fiscal será apresentada em abril, após viagem à China

Do UOL, em São Paulo e em Brasília

21/03/2023 10h54Atualizada em 21/03/2023 13h06

O presidente Lula (PT) confirmou hoje que o anúncio do novo arcabouço fiscal vai ficar para depois da volta da viagem a China, prevista para o fim do mês.

O que aconteceu

  • Lula disse que não precisa de pressa. "É preciso discutir um pouco mais, não tem que ter a pressa que algumas pessoas do sistema financeiro querem. Vou fazer o marco fiscal, quero mostrar ao mundo que tenho responsabilidade."
  • "Seria estranho anunciar e sair do país." A delegação embarca no sábado (25). "O Haddad não pode comunicar uma coisa e sair. Seria estranho, anuncio e vou embora. Precisa anunciar e ficar aqui para debater, conversar com o sistema financeiro, com o Congresso, com os ministros."
  • Proposta já está madura. O governo pretendia tornar a medida pública ainda nesta semana, mas Haddad ainda está apresentando o material para os congressistas.
  • As declarações foram concedidas em entrevista à TV 247.

Como a visita é curta, vamos conversando. Vou ficar 24 horas sentado conversando [com Haddad]. [O arcabouço fiscal] já está maduro, o que precisamos, e tenho chamado atenção, é fazer com muito cuidado, porque não podemos deixar faltar recurso para educação ou saúde."
Lula, em entrevista

A proposta já está pronta

Ontem (21), o presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse a interlocutores que Haddad pretendia conversar com senadores sobre o tema na volta da China.

No governo está pacificada a ideia de que Haddad deve debater a proposta com os líderes políticos antes de o governo enviar a medida para ser votada no congresso. O objetivo é que o texto vá para análise dos parlamentares depois de já ter sido debatido em reuniões privadas

O que é o novo marco fiscal?

O novo marco fiscal (chamado também de "arcabouço" ou "âncora" fiscal) altera as regras para o controle das contas públicas do país e é um substituto ao teto de gastos. A medida vem sendo discutida pelos economistas ligados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva desde a campanha presidencial.

Como foi a entrevista

  • Os assuntos tratados foram bem focados em economia, com críticas ao FMI (Fundo Monetário Internacional), à gestão de Paulo Guedes e às privatizações.
  • Também houve um desagravo ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT). "Haddad já tem muita política na cabeça. Não há problema do PT com o Haddad. Tenho um carinho profundo por ele. E tenho certeza de que o Haddad vai ajudar a resolver o problema deste país."
  • Ele ainda disse que vai "continuar batendo" no Banco Central para reduzir as taxas de juros, hoje em 13,75%. "Se a economia não voltar a crescer, você não faz o povo ficar alegre. Precisamos fazer muito crédito."
  • Lula chorou ao se lembrar do tempo em que ficou preso, em Curitiba, durante 580 dias.

Para governar esse país e dar certo, o presidente tem que ter sorte. Eu sou um cara de muita sorte. Não sou de levar para casa má notícia. O país tem de crescer."
Lula