O que é arcabouço? Entenda termo usado para definir as novas regras fiscais
O governo Lula vai apresentar novas regras de controle de gastos públicos, chamadas também de "arcabouço fiscal" ou "âncora fiscal". Mas muita gente ficou na dúvida com o significado da palavra que dá nome ao pacote de medidas.
Arcabouço, segundo o Houaiss é:
- substantivo masculino
- 1. esqueleto, armação dos ossos do corpo humano ou de qualquer animal
- 1.1. ossatura do tórax, arca do peito
- 2. estrutura de uma construção (de madeira, ferro etc.)
- 3. armação de uma máquina; carcaça
- 4. figurativo: delineamento inicial; esboço, madeirame. "Arcabouço dea pintura, de um romance"
- 5. figurativo: capacidade para produzir, criar etc.; preparo, envergadura. "Faltava-lhe arcabouço para tanto"
E o arcabouço fiscal? Entenda o que ele trará:
O novo regime de gastos combinará uma meta de superávit primário (resultado positivo nas contas do governo sem os juros da dívida pública) e um limite para o crescimento das despesas. A informação é do ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, citado em reportagem da Agência Brasil.
A medida vem sendo discutida por economistas ligados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já desde a campanha presidencial. Há dias, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vem alinhando o texto com líderes parlamentares e com o presidente da República.
As novas regras visam controlar as despesas públicas do país. A divulgação da proposta final à imprensa foi agendada para esta quinta-feira.
"Tem meta de superávit e mecanismo de controle", afirmou Padilha ao chegar à residência oficial do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Lá Haddad apresentou o projeto de lei complementar a Lira e aos líderes partidários da Câmara.
Instrumentos para controlar gastos
O ministro de Relações Institucionais também afirmou que as novas regras terão instrumentos que permitem ao governo economizar mais em momentos de crescimento da economia e gastar mais em recessões. Segundo ele, o texto final estabelecerá regras para os governos seguintes e conciliará a responsabilidade fiscal com a social.
Limite das despesas
O governo prevê que a proposta deve inclui zerar o déficit da União no próximo ano, gerar superávit primário de 0,5% em 2025, e saldo positivo de 1% em 2026. Para 2023, a meta anunciada pela equipe econômica é alcançar um déficit primário de 1% para o governo central.
Além disso, o pacote vai limitar o crescimento das despesas do governo a 70% do crescimento das receitas, conforme afirmaram à mídia deputados que participaram da reunião com Haddad sobre a regra fiscal. Também estabelecerá uma espécie de intervalo para a meta do resultado primário das contas públicas.
A ideia é que os gastos tenham aumento real, acima da inflação. Porém, essa alta deve ser mais lenta que o crescimento das receitas, visando conseguir redução gradual do déficit público e estabilizar a dívida pública. A previsão é que até a sexta-feira de Páscoa a proposta seja enviada ao Congresso, como projeto de lei complementar.
*Com informações da DW.
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