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É hora de comprar dólar para viajar? Em dinheiro, cartão ou conta global?

Com dólar abaixo de R$ 5, quem vai viajar em breve pode se dar bem - Halfpoint/Getty Images/iStockphoto
Com dólar abaixo de R$ 5, quem vai viajar em breve pode se dar bem Imagem: Halfpoint/Getty Images/iStockphoto

Bárbara Muniz Vieira

Colaboração para o UOL

15/04/2023 04h00

A queda do dólar para abaixo de R$ 5 dá oportunidades para quem vai viajar em breve. Veja qual a melhor forma de comprar a moeda.

É interessante comprar agora

Esta é uma boa hora para adquirir pelo menos parte da moeda que você vai precisar na viagem, dizem especialistas. Mas é preciso saber as vantagens e as desvantagens de dinheiro em espécie, cartão pré-pago e conta internacional.

Deve continuar baixo. Acredita-se que o dólar deve ficar na faixa entre R$ 4,90 e R$ 5,10, saindo da faixa anterior, entre R$ 5,10 e R$ 5,30, caso não haja nenhuma notícia negativa.

Quanto dólar devo comprar?

Em primeiro lugar, você precisa definir quanto vai gastar por dia durante a viagem. Calcule as despesas como alimentação, compras e ingressos em passeios e museus.

Depois, comece comprando dólar aos poucos até a data da viagem. "Neste momento, estamos com a menor cotação em meses e não dá para prever se vai cair mais ou não, então é uma boa hora para comprar", diz Jenni Almeida, especialista em finanças pela Harvard Business School e CEO da Invest4U e da Invest4Business.

Mesmo se for usar cartão, leve dinheiro em espécie. "Eu recomendo levar de 300 a 600 'dinheiros', seja qual for a moeda, por pessoa e por viagem".

Dá para sacar. Também é possível fazer transferência por empresas internacionais e sacar o dinheiro em espécie nas agências do país onde você estiver. O problema é que, nesses casos, você paga a cotação do dia do saque, mesmo se for desvantajosa. "Muitos brasileiros estão adotando essa prática em viagens para a Argentina por conta do câmbio favorável usado nesta operação, por exemplo", diz Diana Carvalho, CEO da Mundo4e Consultoria e Viagens.

Verifique a cotação. Durante o dia 14, o dólar comercial estava perto dos R$ 4,95, mas no papel moeda saía por R$ 5,15 e, no cartão pré-pago, por R$ 5,41, segundo a Melhor Câmbio.

Quais opções existem

Conta internacional. É a opção mais vantajosa economicamente, segundo os especialistas, ainda mais se você viaja muito. As contas globais usam como base a cotação comercial (a mais baixa) das moedas estrangeiras e sob as transações de compra da moeda. Outra vantagem é que se sobrar dinheiro depois da viagem você ainda pode converter o valor para outra moeda por uma taxa menor do que se fosse trocar por papel-moeda, diz Jenni.

Dinheiro em espécie. É recomendável levar pelo menos parte do dinheiro em cash, já que nem todo estabelecimento aceita cartão. Mas não exagere, porque além de não ser seguro carregar consigo grandes quantidades de dinheiro, a taxa usada é a do câmbio turismo, que é mais alta.

Cartão pré-pago. É uma opção prática e segura, mas segundo especialistas está caindo em desuso porque é menos vantajosa. Os cartões pré-pagos como Visa Travel Money e MasterCard Cash, por exemplo, operam na taxa de câmbio de turismo e têm 5,38% de IOF mais 2,5 a 3% de spread de taxa. A vantagem é que você recebe um cartão físico com o valor definido, e fica mais fácil não sair do seu planejamento.

Cartão de crédito brasileiro. É bom levar seu cartão de crédito, desde que ele possa ser usado no exterior, como reserva de emergência. É útil para uma compra inesperada ou para fazer algo diferente que saiu dos seus planos, mas não se esqueça de que é a opção mais cara. O câmbio usado é o do dia da compra, por isso não dá para comprar dólar com antecedência e garantir o melhor câmbio. A menos que seu cartão esteja com uma ação especial de pontos mais vantajosa que o normal para trocar por benefícios, evite usá-lo.

Quais são as taxas

Conta internacional: Nessa modalidade, o imposto é de 1,1%. Usa a cotação comercial.

Dinheiro em espécie: Tem uma taxa extra de 2,5% a 3%, além do IOF de 1,1%. Opera na cotação de turismo.

Cartão pré-pago: Tem 2,5% a 3% de taxa mais 5,38% de IOF. Também usa a cotação de turismo.

Cartão de crédito brasileiro: O IOF é de 5,38%, além do lucro do banco. "Minha dica é fazer a conta na hora em que for comprar e já acrescentar a alíquota de 5,38% de IOF + o spread, que é o lucro do banco, que fica entre US$ 0,40 a US$ 0,60 a mais por dólar, para você não levar nenhum susto na hora que receber a fatura", diz Jenni.

Como economizar

Programe-se. Mesmo se a sua viagem ainda não estiver marcada ou as passagens não tiverem sido compradas, agora também é um bom momento para começar a adquirir dólares para possíveis viagens futuras. Assim, você aproveita os momentos de baixa de câmbio, como o desta semana.

Calcule quanto precisa e compre aos poucos. Há especialistas que recomendam levar de US$ 300 a US$ 600 em espécie por pessoa. Mas o valor total (em cartão ou conta internacional) depende do tempo em que vai ficar fora e dos programas

De qualquer modo, vá comprando aos poucos para conseguir um preço médio. Por exemplo, se vai levar US$ 2.000 no total, e a viagem é daqui a quatro meses, compre US$ 500 por mês. "Assim dá para economizar bastante em relação a quem deixar para comprar na última hora", diz Diana.