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Preço da gasolina ainda pesa, mas prévia da inflação desacelera em abril

Prévia da inflação de abril foi puxada pelo preço dos combustíveis - Aloisio Mauricio/Fotoarena/Estadão Conteúdo
Prévia da inflação de abril foi puxada pelo preço dos combustíveis Imagem: Aloisio Mauricio/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

26/04/2023 09h01Atualizada em 26/04/2023 11h11

O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor - Amplo 15), considerado uma prévia da inflação, desacelerou pelo segundo mês seguido, para 0,57% em abril, segundo o IBGE. Em março, o índice ficou em 0,69%. Em fevereiro, foi de 0,76%.

O que aconteceu

A prévia da inflação do mês foi puxada pelo preço da gasolina. O combustível registrou alta de 3,47%, respondendo sozinho por 0,17 ponto percentual ou quase um terço da taxa de inflação do mês. O etanol subiu 1,1%. Ainda no grupo transportes, as passagens aéreas tiveram salto de 11,96%.

Em 12 meses, o IPCA-15 está em 4,16%. O percentual está abaixo dos 5,36% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. No ano, a alta acumulada é de 2,59% Em abril de 2022, a taxa foi de 1,73%.

Inflação acumulada em 12 meses é a menor em mais de 2 anos. A taxa de 4,16% é a menor desde outubro de 2020, quando ficou em 3,52%. Foi também a primeira vez em que ficou abaixo de 5% desde fevereiro de 2021. A meta para a inflação este ano é de 3,25%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA.

Todos os nove grupos de produtos e serviços tiveram alta. A maior variação foi nos preços de Transportes (1,44%) e Saúde e cuidados pessoais (1,04%).

O resultado de abril veio um pouco abaixo do esperado. As expectativas em pesquisa da Reuters de altas de 0,61% no mês e de 4,20% em 12 meses. A projeção do mercado para a inflação deste ano passou de 6,01% para 6,04%, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central, bem acima do teto da meta para 2023 (4,75%).

Veja a variação mensal por grupo:

  • Transportes: 1,44%
  • Saúde e cuidados pessoais: 1,04%
  • Habitação: 0,48%
  • Vestuário: 0,39%
  • Despesas pessoais: 0,28%
  • Educação: 0,11%
  • Artigos de residência: 0,07%
  • Comunicação: 0,06%
  • Alimentação e bebidas: 0,04%

Produtos farmacêuticos mais caros

Os produtos farmacêuticos tiveram alta de 1,86% no mês. Segundo o IBGE, a alta é uma consequência do reajuste de 5,6% no preço dos remédios, determinado pelo governo federal no final do mês passado. O item respondeu por 0,06 ponto percentual do IPCA-15 de abril.

Os itens de higiene pessoal, por outro lado, tiveram desaceleração de 2,36% em março para 0,35% em abril. Esse percentual foi influenciado, principalmente, pelos perfumes (-1,99%).

Os planos de saúde subiram 1,20%. Segundo o IBGE, a alta reflete os reajustes dos planos novos e antigos para o ciclo de 2022 a 2023.

Nos alimentos, a desaceleração da alta foi favorecida pela queda nos preços da alimentação no domicílio (-0,15%). Destacam-se as quedas da batata-inglesa (-7,31%), da cebola (-5,64%), do óleo de soja (-4,75%) e das carnes (-1,34%). Nas altas, o destaque foi o ovo de galinha, que subiu 4,36%.

Como é calculado o IPCA-15?

O IPCA-15 considera 465 produtos e serviços e mede a inflação para famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos.

O indicador abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia.

A metodologia utilizada é a mesma do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial do país. A diferença está apenas no período de coleta dos preços e nas cidades pesquisadas.