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Por que Beyoncé está sendo apontada como responsável por inflação na Suécia

Beyoncé fez a estreia da turnê "Renaissance" em Estocolmo, na Suécia - Divulgação/Beyoncé.com
Beyoncé fez a estreia da turnê "Renaissance" em Estocolmo, na Suécia Imagem: Divulgação/Beyoncé.com

16/06/2023 12h57

A pop star americana Beyoncé está sendo apontada como responsável por manter em alta a inflação na Suécia após escolher o país para fazer a estreia da sua primeira turnê mundial solo em sete anos. Mas, como a diva pop conseguiu afetar a economia considerada a mais desenvolvida do mundo?

O alto fluxo de turistas elevou a demanda por hoteis e restaurantes, mantendo os preços em alta. A estreia da turnê "Renaissance" teve dois shows em meados de maio. Estima-se que cada show reuniu 46.000 pessoas, afirma o The Guardian, e muitas tiveram que se hospedar longe da capital Estocolmo, onde foram os eventos. Com maior demanda, os preços aumentaram.

Mas não é só a Beyoncé que afeta a economia da Suécia, que vem sofrendo com uma inflação há meses. O pico foi em dezembro, chegando a 12,3%.

De maio de 2022 a maio de 2023, o acumulado da inflação foi de 9,7%. Em abril, o mesmo índice era de 10,5%. Havia a expectativa, porém, de que a desaceleração seria maior, o que não aconteceu. Os mercados financeiros esperavam uma taxa ao redor de 9,4%.

Na passagem de abril para maio, o índice mensal de inflação subiu 0,3%, afirma a Sweden Statistics. O resultado ficou acima das expectativas dos economistas.

Menores preços dos ingressos atraíram mais turistas. Segundo o Financial Times, os ingressos em Estocolmo custaram cerca de US$ 60 a 140 (R$ 290 a 670). Em comparação, o mesmo show nos Estados Unidos, em Las Vegas, terá ingressos que podem variar de US$ 91 a US$ 689 (R$ 440 a 3.300).

A demanda de turistas fez com que o comportamento dos preços nos itens que medem a inflação frustrasse as expectativas de perda de força da inflação, o que foi chamado de "efeito Beyoncé". Ele foi apontado por Michael Grahn, economista-chefe para a Suécia do Danske Bank, afirma a BBC.

Grahn disse ao Wall Street Journal que o efeito era "muito raro" e esperava que a situação voltasse ao normal em junho. Segundo ele, os shows provocaram uma alta inesperada em preços das atividades de turismo, lazer e cultura.

Situação pode se repetir em julho com impacto do show do Bruce Springsteen. Alguns economistas, como Andreas Wallström, chefe de previsão do Swedbank, afirmam que outros grandes eventos no país podem ter efeito semelhante. Springsteen fará três shows em Gotemburg, segunda maior cidade da Suécia, o que pode afetar os dados divulgados em julho.