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Redução da taxa de juros não foi 'concessão' do BC, diz Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que está otimista, após o Banco Central reduzir a taxa básica de juros para 13,25% ao ano.

O que aconteceu:

Após a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária), o ministro ressaltou que o voto de Roberto Campos Neto, presidente do banco, não foi uma "concessão": "Tenho convicção, estamos alinhados na decisão, não quer dizer que houve concessão do BC, houve um voto apertado mesmo".

Campos Neto, junto a outros quatro membros da diretoria, votou pelo corte de 0,5 ponto percentual da taxa Selic, que estava, desde agosto do ano passado, em 13,75%.

"Ele [Campos Neto] teve um papel importante, evidentemente. Tenho certeza que o presidente do BC votou com o que conhece e domina de economia, é um voto técnico, calibrado", afirmou o ministro.

Haddad também disse ter enviado uma mensagem para Campos Neto após ler a decisão: "Ficamos de nos falar". O ministro também afirmou que iria comunicar o resultado para o presidente Lula (PT).

O placar ser apertado é porque há mesmo discussão técnica. No fechamento do mercado, muita gente apostava em [redução de] 0,5 e 0,25 [ponto percentual]. No momento de transição você vai calibrando isso".
Fernando Haddad, ministro da Fazenda

O que disseram políticos sobre a redução dos juros

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O vice-presidente Geraldo Alckmin escreveu que a taxa deverá "cair ainda mais nos próximos meses".

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou que o Banco Central fica em sintonia com o cenário atual, de "queda da inflação e de melhoria fiscal como estruturais".

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, disse que a "pressão do povo" interferiu na decisão do Copom.

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O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, classificou a decisão como sendo mais um "avanço do governo Lula".

O ministro Rui Costa, da Casa Civil, publicou que a decisão é "importante e indica que o Brasil está no rumo certo."

O ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, também comemorou a decisão e escreveu que é um passo "importante para a economia brasileira".

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João Amoêdo, ex-candidato a presidente escreveu que o Banco Central acertou na redução da Selic.

O deputado federal Baleia Rossi (MDB-SP) disse que a queda da Selic é também resultado de votações importantes na Câmara.

Entenda

A última queda havia acontecido em agosto de 2020. A redução era praticamente uma certeza entre economistas, que divergiam apenas em quanto a taxa seria cortada.

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O Copom justificou a queda de 0,5 ponto percentual por considerar a melhora do quadro inflacionário. Em comunicado, destacou também o cenário de desaceleração da economia nos próximos trimestres.

BC sinalizou também que o comitê avalia novos cortes na mesma magnitude nas próximas reuniões. O Copom afirma, no entanto, que o ambiente externo"mostra-se incerto, com alguma desinflação sendo observada na margem, mas em um ambiente marcado por núcleos de inflação ainda elevados e resiliência nos mercados de trabalho de diversos países".

A decisão não foi unânime, mas Campos Neto e Galípolo votaram juntos. Houve um total de cinco votos para a redução de 0,5 ponto, contra quatro votos por um corte de apenas 0,25 ponto percentual.

O Comitê avalia que a melhora do quadro inflacionário, refletindo em parte os impactos defasados da política monetária, aliada à queda das expectativas de inflação para prazos mais longos, após decisão recente do Conselho Monetário Nacional sobre a meta para a inflação, permitiram acumular a confiança necessária para iniciar um ciclo gradual de flexibilização monetária.
Copom, em nota

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