Não é só supermercado: qual o tamanho da fortuna de Abilio Diniz?
Abilio Diniz morreu no domingo (18), aos 87 anos, deixando uma fortuna bilionária. Segundo a revista Forbes, Diniz era o 21.º homem mais rico do país.
Origem da fortuna
Abilio Diniz tinha uma fortuna estimada em US$ 2 bilhões (cerca de R$ 10 bilhões), de acordo com o monitoramento em tempo real da publicação. No ano passado, quando saiu o ranking dos mais ricos da Forbes, ele figurava como dono de US$ 2,4 bilhões (quase R$ 12 bilhões).
O patrimônio foi construído no ramo de varejo. Tudo começou com o imigrante português Valentim Santos Diniz, pai de Abilio, que abriu uma doceria chamada Pão de Açúcar, em 1948. O empreendimento ficava na rua Brigadeiro Luís Antônio, em São Paulo. O nome era uma homenagem a um dos principais pontos turísticos do Rio —e a logomarca fez menção ao monumento natural. Valentim escolheu o nome porque foi a primeira paisagem que admirou ao chegar ao Brasil de navio, em 1929.
O pai de Abilio, com a ajuda do filho, começou a se interessar pelo varejo, criando um supermercado. Uma das grandes mudanças na época foi no "autosserviço". Até então, as pessoas iam aos comércios e solicitavam os produtos; no mercado, é o contrário: as pessoas pegam os produtos da prateleira.
A primeira loja foi inaugurada em 1952, e ficava em frente à doceria. Com o tempo, a empresa começou a fazer aquisições para aumentar de tamanho, como a da rede Sirva-se (1965) e várias outras redes na década de 1970, como Superbom, Peg-pag e Mercantil.
Abilio virou sócio majoritário em 1993. A essa altura, a companhia já tinha adquirido outras redes —inclusive as lojas Jumbo, que inauguraram o conceito de hipermercado (aquelas lojas gigantes com uma série de outros serviços)— além de ter criado os mercados Extra, na década de 1980.
Em 1999, o grupo francês Casino comprou 25% do grupo Pão de Açúcar, que na época já era um dos maiores grupos varejista do país. Posteriormente, em 2005, devido a uma reorganização, a companhia ficou dividida: metade para Abilio e metade para os franceses. Nessa época, a companhia já era a maior varejista da América Latina, atuando tanto em mercados como entrando em outros ramos, como o de varejo de móveis e eletrodomésticos (com a aquisição da Casas Bahia) e de eletroeletrônicos (com a compra do Ponto Frio).
O momento de maior tensão do empresário foi nas negociações com o grupo francês Casino. Abilio tentou romper com os franceses em 2011, propondo uma fusão com o rival Carrefour. O Casino foi contra e mais tarde comprou o grupo por inteiro. Ele deixou a empresa fundada pelo seu pai em 2013.
Deixando a empresa que sua família ajudou a fundar, o empresário comprou em 2014 uma participação acionária no Carrefour, com a qual concorria na época do Pão de Açúcar. Além do Carrefour, Abilio tinha investimentos na rede de padarias Benjamin, Wine (varejo de vinhos) e na Oncoclínicas (grupo de clínicas especializado no tratamento de câncer).
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