Reserva investe R$ 3,5 mi em loja: 'Não é para ganhar dinheiro', diz CEO

A Reserva, empresa do grupo Arezzo&Co, inaugurou nesta terça-feira (19) uma loja conceito de 250 metros quadrados para incluir quatro marcas principais da empresa. O espaço foi batizado de Casa Reserva e o investimento foi de R$ 3,5 milhões. A meta é ter de uma a duas Casas por grandes centros no Brasil.

Apesar de o valor investido ser alto, o foco não é trazer grandes lucros, mas mostrar um posicionamento da marca. Para 2024, não há expectativa de lançamento de outras lojas deste perfil.

O que aconteceu

Localizada no piso térreo do MorumbiShopping, o foco da loja é oferecer experiência ao consumidor. O espaço reúne as quatro marcas principais da empresa: Mini (infantil), Go (calçados), Reserva (moda masculina) e Reversa (moda feminina), que até então não estava presente em nenhuma das lojas de São Paulo. Além das peças de roupa, acessórios e sapatos, a loja tem um bar, que serve drinks alcoólicos, café, água e chá-mate gelado, um clássico do Rio de Janeiro. Os visitantes também podem comer biscoito Globo, outro ícone carioca.

O plano inicial era abrir a loja em Ipanema, no Rio, mas a ideia foi descartada. Rony Meisler, cofundador da Reserva e CEO da AR&Co (nome da Reserva depois da fusão com Arezzo), afirma que precisaria fechar a primeira loja da marca, que fica localizada no bairro, para abrir a casa no Rio, o que é impensável. Por isso, a marca migrou para São Paulo.

O investimento alto era um entrave para inaugurar a loja. Apesar de a marca ser do Rio, São Paulo foi escolhida para inauguração, porque não há todas as marcas de Reserva na cidade e porque a cidade cumpria os requisitos que a empresa queria para se posicionar no mercado.

O projeto está sendo pensado há 10 anos. A localização foi escolhida pensando em fluxo de pessoas e posicionamento de marca, segundo Meisler. A operação da loja custa o dobro de uma convencional da marca. "Precisava ter muito fluxo e posicionar a marca, senão você faz um negócio desses que ninguém entra, parece um cemitério", afirma Meisler.

Não é uma loja para você ganhar dinheiro. Você abre para conseguir fazer com que todo mundo entenda o que é a marca. Mas, por outro lado, ela não pode fazer a empresa sangrar, não pode virar um estorvo financeiro.
Rony Meisler, cofundador da Reserva

Hoje a Reserva vende 10 milhões de peças por ano. A Casa Reserva abriu em 25 de janeiro e trouxe resultados positivos, segundo Meisler. O executivo diz que os resultados estão 180% acima do esperado, mas não abre números. O grupo tem 212 lojas físicas pelo país, sendo 89 no modelo de franquias.

Como é a Casa Reserva

As peças ficam expostas na loja separadas por marcas. Cada uma delas tem um "corner", que significa esquina em português.

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Espaço de customização fica no centro da loja
Espaço de customização fica no centro da loja Imagem: Divulgação/ Reserva

Há um espaço em que o consumidor consegue customizar as peças que vai levar para casa. O preço da customização começa em R$ 10 para incluir apliques e chega a R$ 60 para quem quiser bordar bonés. No segundo andar do shopping, a Reserva vai inaugurar uma oficina, para fazer ajustes nas peças dos clientes, como fazer a barra de calça ou algum ajuste na cintura, tudo isso por um preço cobrado a parte.

A Casa Reserva também tem marcas "penetras". Um espaço da loja, perto do bar, é dedicado a mostrar produtos de parceiros, que conversam com o público da marca. Quando a reportagem esteve na loja, o espaço tinha relógios da Acto, diversos livros de empreendedorismo e decorativos da Assouline & Taschen, e meias estampadas da Stance.

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Fusão com Arezzo

A Reserva foi comprada pela Arezzo em 2020 por R$ 715 milhões. Depois do negócio, a empresa passou a se chamar AR&Co e o nome Reserva foi mantido nas lojas físicas espalhadas pelo país.

Neste ano, a Arezzo&Co anunciou mais uma aquisição: a do grupo Soma. A possível fusão está sendo avaliada pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). O novo grupo de moda deve ter um faturamento combinado de R$ 12 bilhões. O negócio tem dois motivos principais, que são ganhar valor que as duas marcas perderam na pandemia e se tornar o maior conglomerado de moda do Brasil.

Receita bruta da AR&Co cresceu 26% em 2023, chegando a R$ 1,5 bilhão. Houve um aumento de 39% na base ativa de clientes da marca, de acordo com os dados do balanço divulgados neste ano.

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