Desenrola atingiu apenas metade dos endividados esperados, mostra balanço
O Desenrola Brasil chegou ao fim nesta segunda-feira (21). Durante 10 meses, o programa de renegociação de dívidas do governo federal beneficiou 15 milhões de pessoas com a negociação de R$ 53 bilhões em dívidas. Celebrado pelo Ministério da Fazenda, o resultado corresponde a um alcance de apenas metade das 30 milhões de pessoas aguardadas inicialmente.
O que aconteceu
O Ministério da Fazenda divulgou o balanço final do Desenrola Brasil. As duas etapas do programa que começou a operar em julho de 2023 atingiram 15,06 milhões de pessoas com a renegociação de R$ 53,07 bilhões em dívidas.
Resultado ficou longe de atingir as expectativas. A estimativa inicial apresentada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, era de que o programa contemplasse até 30 milhões de pessoas. O limite máximo de crédito previsto para as renegociações superou os R$ 50 bilhões.
Mesmo assim, a pasta avalia que o objetivo do programa foi atingido. Na avaliação da equipe econômica, o Desenrola Brasil reduziu a inadimplência entre a população que mais precisa.
O programa foi um verdadeiro sucesso por ter diminuído o endividamento da população mais vulnerável do país e por ter reduzido o ritmo de crescimento da inadimplência como um todo
Marcos Barbosa Pinto, secretário de reformas econômicas do Ministério da Fazenda
O Desenrola Brasil foi realizado em três etapas. Nas fases iniciais, foi estabelecida a extinção de dívidas bancárias de até R$ 100 e a renegociação de dívidas diretamente com as instituições financeiras.
Na terceira fase, o programa atendeu quem tinha dívidas de até R$ 5.000. Para realizar a renegociação, era necessário ter renda de até dois salários mínimos ou estar inscritos no CadÚnico (Cadastro Único).
Do total de 5.571 municípios com público elegível ao Desenrola, 99,9% tiveram renegociações. Os estados com mais beneficiadas pelo programa foram São Paulo (25,3%), Rio de Janeiro (11,3%) e Minas Gerais (8,6%). Os locais regegociaram R$ 2,06 bilhões.
Queda da inadimplência
Ministério da Fazenda afirma que o programa ajudou na reversão na trajetória de endividamento. Entre o público-alvo do Desenrola, com renda de até dois salários mínimos, o volume de inadimplentes de baixa renda caiu de 25,2 milhões para 23,1 milhões, mostram dados do Serasa.
Durante o programa, valor negociado em dívidas no "Serasa Limpa Nome" teve aumento de 12,7%. Em julho de 2023, mês e origem do programa, a Serasa registrou aumento de 62% na quantidade de renegociações em seus canais.
A inadimplência aumentou fora das faixas do Desenrola. Há mais membros da população em geral com as contas atrasadas. Em março, eram 72,9 milhões de inadimplentes, ante 71,9 milhões na mesma situação há um ano.
Censo da Faixa 1
Na etapa inicial, a média de descontos obtidos pelos foi de 90% para pagamentos à vista e de cerca de 85% nas quitações parceladas. Conforme mostram os dados do Ministério da Fazenda, ticket médio foi de R$ 250 nas operações à vista e de R$ 1.031 nas renegociações em parcelas.
O tempo médio para concluir a renegociação foi de 3 minutos e 42 segundos. Nas operações parceladas, a média das renegociações foi realizada em 13 prestações, com média de juros de 1,82% ao mês. Há ainda casos de juros menores, de 1,63%.
Serviços financeiros lideraram volumes de negócios. Com R$ 11,1 bilhões de renegociações, envolvendo débitos de cartão de crédito, o setor foi o mais acionado pelos brasileiros. Na sequência, aparecem as securitizadoras (R$ 1,6 bilhão) e o comércio (R$ 1 bilhão).
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Quero receberOs serviços não-financeiros também aparecem na lista. As maiores quantidades de operações nesse ramo foram para a renegociação das contas de energia elétrica, telefone/internet e de saneamento.
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